Implementação de intervenções para o envolvimento de pacientes e seus familiares a fim de promover a segurança do paciente: uma revisão sistemática e metanálise

OBJETIVO: Os objetivos deste estudo foram avaliar e quantificar os efeitos do envolvimento de pacientes e familiares (EPF) sobre a segurança do paciente, sintetizando os dados globais disponíveis. MÉTODOS: Fizemos pesquisas em 4 bases de dados para identificar estudos relevantes que avaliassem o impacto das intervenções de EPF sobre a segurança do paciente até março de 2019. Também usamos as listas de referências de artigos selecionados para identificar estudos adicionais relevantes. Os tamanhos dos efeitos (TEs) foram calculados usando modelos de efeitos aleatórios e fixos. A heterogeneidade estatística foi medida usando o teste I. RESULTADOS: Ao todo, 22 estudos cumpriram os critérios de inclusão. A metanálise mostrou que o EPF reduziu significativamente a ocorrência de eventos adversos (TE=-0,240, p<0,001) e o tempo de internação hospitalar (TE=-0,122, p<0,001) e melhorou as experiências com a segurança do paciente (TE=0,630, p=0,007) e a satisfação dos pacientes (TE=0,268, p=0,004). Entretanto, as intervenções de EPF não melhoraram significativamente as percepções sobre a segurança do paciente (TE=0,205, p=0,09) nem a qualidade de vida (TE=0,057, p=0,61). Além disso, observou-se uma heterogeneidade moderada a alta em todos os impactos, exceto nos eventos adversos (I=0%) e no tempo de internação hospitalar (I=35%). Um gráfico de funil indicou um baixo grau de vieses de publicação para o desfecho “eventos adversos”. CONCLUSÕES: As evidências sintetizadas nesta revisão demonstram os benefícios do EPF na promoção da segurança do paciente. Entretanto, estudos futuros devem ampliar o escopo da pesquisa para preencher as lacunas existentes, tanto em relação aos tipos de intervenções de EPF quanto aos desfechos de segurança do paciente.
 

OBJECTIVE: The aims of the study were to evaluate and to quantify the effects of patient and family involvement (PFI) interventions on patient safety by synthesizing the available global data. METHODS: Four databases were searched to identify relevant studies that have assessed the impact of PFI on patient safety up to March 2019. Reference lists of potential selected articles were also used to identify additional relevant studies. Effect sizes (ESs) were calculated using random and fixed effects models. Statistical heterogeneity was measured using the I test. RESULTS: Twenty-two studies met the review criteria. The meta-analysis showed that PFI were beneficial in significantly reducing adverse events (ES = -0.240, P < 0.001), decreasing the length of hospital stay (ES = -0.122, P < 0.001), increasing patient safety experiences (ES = 0.630, P = 0.007), and improving patient satisfaction (ES = 0.268, P = 0.004). However, the PFI interventions did not significantly enhance the perception of patient safety (ES = 0.205, P = 0.09) or the quality of life (ES = 0.057, P = 0.61). Moreover, moderate-to-high heterogeneity was found for all impacts except adverse events (I = 0%) and length of hospital stay (I = 35%). A funnel plot indicated a low degree of publication bias for the adverse event outcome. CONCLUSIONS: The synthesized evidence in this review demonstrates the benefits of PFI for promoting patient safety. However, further studies should extend the research scope to fill the existing gaps for both the type of PFI interventions and the patient safety outcomes.