Implementação em grande escala do sistema de passagem de casos I-PASS em um centro médico acadêmico

SHAHIAN, D. M. ; McEACHERN, K. ; ROSSI, L. ; CHISARI, R. G. ; MORT, E.
Título original:
Large-scale implementation of the I-PASS handover system at an academic medical centre
Resumo:

Contexto: O cuidado de saúde tem se tornado cada vez mais complexo, e os modelos de prestação do cuidado têm mudado drasticamente (por exemplo, cuidado baseado na equipe, restrições nos horários de trabalho). No entanto, as abordagens para a comunicação de elementos críticos entre os profissionais não evoluíram para fazer frente a esses novos desafios. Evidências de inquéritos sobre a cultura de segurança, estudos acadêmicos e processos por má prática médica sugerem que a qualidade da passagem de casos no cuidado de saúde é problemática, levando a erros evitáveis e a resultados adversos. Para abordar esta preocupação, o Massachusetts General Hospital realizou, entre 2013 e 2016, a Fase 1 de um programa multifacetado para implementar um processo padronizado e estruturado de passagem de casos em todos os departamentos, unidades e prestadores diretos do cuidado de saúde. 

Métodos: Um Comitê de Passagem de Casos multidisciplinar escolheu o sistema I-PASS. A implementação da Fase 1 concentrou-se no treinamento em grande escala e nas passagens de casos de um turno de trabalho para outro. Características importantes foram o apoio por parte das lideranças clínicas e administrativas; formulários do prontuário eletrônico para o I-PASS; revisão das políticas hospitalares para a passagem de casos; diferentes modalidades educacionais, locais e durações; treinamento concomitante no método TeamSTEPPS; profissionais promotores (champions) do sistema I-PASS nas unidades; observação das passagens de casos e feedback e sugestões por parte dos cuidadores. 

Resultados: Mais de seis mil médicos, enfermeiros e terapeutas receberam treinamento. As pontuações das observações demonstraram a adoção progressiva, mas não uniforme, do sistema I-PASS, com melhorias significativas no sequenciamento correto e na porcentagem de elementos do I-PASS incluídos nas passagens de casos. A adoção da Síntese (releitura) foi mais difícil, com pontuações mais baixas. 

Conclusões: A implementação abrangente do sistema I-PASS em um grande centro médico acadêmico exigiu grandes mudanças culturais. A educação no sistema I-PASS é simples; porém, assegurar a sua adoção consistente e sustentada em todos os serviços é mais difícil, exigindo a adaptação da estrutura básica do I-PASS às necessidades e fluxos de trabalho locais. Os formulários do prontuário eletrônico para o I-PASS facilitaram a aceitação pelos cuidadores. Os resultados iniciais da Fase 1 são promissores, e as lições aprendidas devem ser úteis para outros programas que planejem iniciativas para a passagem de casos. A Fase 2 está em andamento, concentrando-se na adoção uniforme e consistente, na difusão e na sustentabilidade.

Resumo Original:

Background: Healthcare has become increasingly complex and care delivery models have changed dramatically (eg, team-based care, duty-hour restrictions). However, approaches to critical communications among providers have not evolved to meet these new challenges. Evidence from safety culture surveys, academic studies and malpractice claims suggests that healthcare handover quality is problematic, leading to preventable errors and adverse outcomes. To address this concern, from 2013 to 2016 Massachusetts General Hospital completed phase I of a multifaceted programme to implement standardised, structured handovers across all departments, units and direct care providers.

Methods: A multidisciplinary Handovers Committee selected the I-PASS handover system. Phase I implementation focused on large-scale training and shift-to-shift handovers. Important features included administrative and clinical leadership support; EHR templates for I-PASS; hospital handover policy revision; varied educational modalities, venues and durations; concomitant TeamSTEPPS training; unit-level I-PASS champions; handover observations; and solicitation of caregiver feedback and suggestions.

Results: More than 6000 doctors, nurses and therapists have been trained. Trended observation scores demonstrate progressive but non-uniform adoption of I-PASS, with significant improvements in the correct sequencing and percentage of I-PASS elements included in handovers. Adoption of Synthesis (readback) has been challenging, with lower scores.

Conclusions: Comprehensive I-PASS implementation in a large academic medical centre necessitated major cultural change. I-PASS education is straightforward, whereas assuring consistent and sustained adoption across all services is more challenging, requiring adaptation of the basic I-PASS structure to local needs and workflows. EHR I-PASS templates facilitated caregiver acceptance. Initial phase I results are encouraging and the lessons learned should be helpful to other programmes planning handover initiatives. Phase II is ongoing, focusing on more uniform and consistent adoption, spread and sustainability.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 2017. DOI: 10.1136/bmjqs-2016-006195.
Nota Geral:

Online First