Informando sobre os erros no cuidado de saúde: o ponto de vista dos Estados Unidos

KACHALIA, A. ; BATES, D.W.
Título original:
Disclosing medical errors: the view from the USA
Resumo:

Contexto: A abertura de informação é vista como um componente cada vez mais fundamental dos esforços empreendidos para melhorar a segurança, mas ainda não acontece de maneira confiável em todas as organizações dos Estados Unidos da América (EUA).

Abordagem: Descrevemos a experiência com a abertura de informação nos EUA até o presente e ilustramos as questões com exemplos clínicos específicos. Preocupações com a reputação e com a lei representam as principais barreiras. Até o momento, as evidências – a maior parte de centros individuais – mostram que a abertura de informação não só é a coisa certa a fazer, como também diminui o risco da má prática médica. Discutimos também que a questão das práticas de compensação em torno disso variam substancialmente. Por trás da necessidade de uma maior abertura de informação, há também a crença de que uma melhor abertura de informação resulta numa melhor cultura de segurança, o que, por sua vez, melhora a qualidade e a segurança do cuidado.

Conclusões: Os prestadores de cuidado têm o imperativo ético de informar a ocorrência de erro para os pacientes. As parcas evidências disponíveis mostram que isso, de fato, diminui o risco da má prática médica. Embora não seja ainda uma prática rotineira nos EUA, a abertura de informação está, sem dúvida alguma, ganhando força. Não basta contar ao paciente o que aconteceu. Ele também merece um pedido de desculpas e, caso tenha sofrido dano, uma compensação emocional e financeira. Tornar frequente a prática de abertura de informação não só pode ajudar pacientes individualmente, como também pode ajudar a melhorar a segurança em geral.

Resumo Original:

Background: Disclosure is increasingly seen as a key component of efforts to improve safety, but does not yet reliably occur in all organizations in the U.S.

Approach: We describe the experience to date with disclosure in the U.S. and illustrate the issues with specific clinical examples. Both reputational and legal concerns represent substantial barriers. The evidence to date-mostly from single sites - shows that not only is disclosure the right thing to do, it also appears to decrease malpractice risk. We also discuss the related issue of compensation-practices around this vary greatly. Underlying the push for greater disclosure is also the belief that better disclosure results in an improved culture of safety, which in turn may improve the quality and safety of care.

Conclusions: Providers have an ethical imperative to disclosure error to patients, and the limited available evidence shows that doing so actually decreases malpractice risk. While disclosure is not yet routine practice in the U.S., the approach is clearly gaining momentum. Telling patients what happened is not enough. They also deserve an apology, and if harmed, to be made whole emotionally and financially. Greater disclosure may not only help individual patients, but may also help with improving safety overall.

Fonte:
The surgeon : journal of the Royal Colleges of Surgeons of Edinburgh and Ireland ; 12(2): 64-7; 2014. DOI: 10.1016/j.surge.2013.12.002.
DECS:
atitude do pessoal de saúde, revelação, erros médicos, relações médico-paciente, prática profissional
Nota Geral:

Crédito da imagem: www.mancheteonline.com.br