Interrupções e distrações no cuidado de saúde: revisão e reavaliação
Objetivos: Realizar uma revisão sistemática da literatura submetida à revisão por pares sobre interrupções em ambientes de saúde, de modo a determinar o estado da pesquisa sobre o tema e identificar lacunas de conhecimento.
Métodos: Determinamos os critérios de inclusão e realizamos buscas nos bancos de dados online PubMed e Web of Knowledge-CrossSearch. Resultados. Foram revistos 33 artigos.
Identificamos vários achados importantes: (1) as interrupções ocorrem com frequência em todos os ambientes de saúde, (2) existe uma importante lacuna de conhecimento: apenas sete estudos examinaram os resultados relacionados às interrupções, (3) as interrupções no cuidado de saúde só foram estudadas do ponto de vista da pessoa interrompida e (4) poucos estudos examinaram de forma explícita ou implícita as implicações cognitivas das interrupções.
Conclusões: A alta frequência de interrupções destinadas à transmissão de informações pode apenas indicar a constante necessidade de comunicação e coordenação no cuidado de saúde. Muitas interrupções podem ser necessárias para um cuidado seguro e de alta qualidade; portanto, não é sensato tentar eliminar todas as interrupções. Dito isso, pode haver situações, como durante procedimentos de alto risco, em que é justificável limitar a ocorrência de interrupções. A utilização de uma abordagem baseada em sistemas sociotécnicos complexos vai ajudar os pesquisadores a enxergarem as interrupções de forma mais holística e resultará em estudos mais abrangentes, que levem em consideração a complexidade das interrupções e as diversas variáveis presentes em ambientes de saúde.
Objectives: To systematically review the peer-reviewed literature on interruptions in healthcare settings to determine the state of the science and to identify the gaps in research.
Methods: Inclusion criteria were determined, and the online databases PubMed and Web of Knowledge-CrossSearch were searched.
Results: Thirty-three papers were reviewed. Several important findings were identified: (1) interruptions occur frequently in all healthcare settings, (2) an important gap exists: only seven studies examined outcomes related to interruptions, (3) interruptions in healthcare have only been studied from the viewpoint of the person being interrupted and (4) few studies explicitly or implicitly examined the cognitive implications of interruptions.
Conclusions: The high frequency of interruptions coupled with information content may simply be indicative of the high need for constant communication and coordination in healthcare. Many interruptions may be necessary for safe, high-quality care; thus, trying to eliminate all interruptions is unwise. That said, there may be situations, such as during high-risk procedures, when limiting interruptions may be warranted. Taking a complex sociotechnical systems approach will help researchers view interruptions more holistically and will result in more comprehensive studies that take into account the complexity of interruptions and the many variables in healthcare settings.
