A intervenção PRASE (patient reporting and action for a safe environment): um estudo de viabilidade

O'HARA, J. K. ; LAWTON, R. J. ; ARMITAGE, G. ; SHEARD, L. ; MARSH, C. ; COCKS, K. ; MCEACHAN, R. R.
Título original:
The patient reporting and action for a safe environment (PRASE) intervention: a feasibility study
Resumo:

Contexto: Existe um interesse crescente no papel dos pacientes na melhoria de sua própria segurança. Um desses papéis consiste em dar feedback sobre a segurança do cuidado que recebem. Neste artigo, descreveremos o desenvolvimento e a avaliação da viabilidade de uma intervenção que buscou obter o retorno dos pacientes sobre a segurança do cuidado, reunindo profissionais para analisar esses dados e planejar estratégias de melhoria. 

Abordamos duas questões de pesquisa: i) explorar a viabilidade do processo de coleta sistemática de feedback dos pacientes sobre a segurança do cuidado como parte da intervenção PRASE, e ii) explorar a viabilidade e a aceitabilidade da intervenção PRASE para os profissionais, procurando compreender melhor como eles utilizam o feedback dos pacientes para aperfeiçoar os serviços. 

Métodos: Realizamos um estudo de viabilidade utilizando um desenho controlado com lista de espera em seis enfermarias de um hospital universitário dedicado ao cuidado de pacientes agudos. Pedimos às enfermarias que participassem de dois ciclos da intervenção PRASE (Notificação pelos Pacientes e Ações para um Ambiente Seguro, na sigla em inglês) durante seis meses. Os participantes foram os pacientes internados nessas enfermarias. Para analisar a aceitabilidade da intervenção entre os profissionais, fizemos a análise temática e a síntese de observações das reuniões de planejamento das ações, de entrevistas com as pessoas que lideraram a intervenção em cada enfermaria e de reflexões gravadas pelos pesquisadores.

Resultados: O recrutamento de pacientes – feito com a utilização de tablets em seus leitos – foi bastante simples, e a maioria dos pacientes concordou em participar e conseguiu fornecer feedback. A randomização da intervenção foi aceitável para os profissionais, e não houve evidências de diferentes taxas de resposta entre os grupos de intervenção e de controle. Em geral, os profissionais das enfermarias consideraram positivo o uso do feedback dos pacientes para melhorar os serviços e conseguiram usar estas informações como base para o planejamento das ações, embora o envolvimento com o processo tenha sido variável. A reunião de uma equipe multidisciplinar para o planejamento das ações foi considerada difícil, e, em alguns casos, a implementação dos planos de ação foi dificultada pela necessidade de coordenar ações entre vários serviços.

Discussão: A intervenção PRASE foi considerada aceitável pelos profissionais e pacientes. No entanto, antes de prosseguir para um ensaio clínico pleno, controlado e randomizado por conglomerados, a intervenção deve ser adaptada para considerar: as dificuldades na implementação dos planos de ação no prazo de três meses, a necessidade de um facilitador para apoiar as reuniões de planejamento das ações e a oferta de treinamento e apoio por parte da alta direção para as equipes participantes das enfermarias. 

Conclusões: A intervenção PRASE representa um método promissor para a coleta sistemática de feedback dos pacientes sobre a segurança do cuidado hospitalar.

Resumo Original:

Background: There is growing interest in the role of patients in improving patient safety. One such role is providing feedback on the safety of their care. Here we describe the development and feasibility testing of an intervention that collects patient feedback on patient safety, brings together staff to consider this feedback and to plan improvement strategies. We address two research questions: i) to explore the feasibility of the process of systematically collecting feedback from patients about the safety of care as part of the PRASE intervention; and, ii) to explore the feasibility and acceptability of the PRASE intervention for staff, and to understand more about how staff use the patient feedback for service improvement.

Method: We conducted a feasibility study using a wait-list controlled design across six wards within an acute teaching hospital. Intervention wards were asked to participate in two cycles of the PRASE (Patient Reporting & Action for a Safe Environment) intervention across a six-month period. Participants were patients on participating wards. To explore the acceptability of the intervention for staff, observations of action planning meetings, interviews with a lead person for the intervention on each ward and recorded researcher reflections were analysed thematically and synthesised.

Results: Recruitment of patients using computer tablets at their bedside was straightforward, with the majority of patients willing and able to provide feedback. Randomisation of the intervention was acceptable to staff, with no evidence of differential response rates between intervention and control groups. In general, ward staff were positive about the use of patient feedback for service improvement and were able to use the feedback as a basis for action planning, although engagement with the process was variable. Gathering a multidisciplinary team together for action planning was found to be challenging, and implementing action plans was sometimes hindered by the need to co-ordinate action across multiple services.

Discussion: The PRASE intervention was found to be acceptable to staff and patients. However, before proceeding to a full cluster randomised controlled trial, the intervention requires adaptation to account for the difficulties in implementing action plans within three months, the need for a facilitator to support the action planning meetings, and the provision of training and senior management support for participating ward teams.

Conclusions: The PRASE intervention represents a promising method for the systematic collection of patient feedback about the safety of hospital care

Fonte:
BMC Health Services Research ; 16(1): 676; 2016. DOI: 10.1186/s12913-016-1919-z.