Intervenções para reduzir a ocorrência de danos autoprovocados em enfermarias de internação: uma revisão sistemática
CONTEXTO: Os incidentes de automutilação são comuns em enfermarias psiquiátricas. Há uma grande variedade de intervenções terapêuticas, sociais e ambientais que demonstraram ser promissoras na redução da automutilação em ambientes de internação, mas não há consenso sobre os meios mais adequados para reduzir e gerenciar a automutilação durante as internações. OBJETIVOS: Rever as intervenções utilizadas para reduzir os danos autoprovocados e as tentativas de suicídio em enfermarias psiquiátricas de adolescentes e adultos. MÉTODOS: Entre 14 de março de 2019 e 25 de janeiro de 2021, realizamos uma pesquisa sistemática da literatura nas bases de dados PsycINFO e Medline (PROSPERO ID: CRD42019129046). Identificamos um total de 23 artigos para a revisão completa. RESULTADOS: As intervenções se dividiram em duas categorias: intervenções terapêuticas para pacientes individuais e intervenções organizacionais destinadas a melhorar a comunicação entre pacientes e profissionais e o ambiente geral da enfermaria. A terapia comportamental dialética foi a intervenção terapêutica implementada com mais frequência, além de ser a mais eficaz — sete dos oito estudos mostraram algum benefício. Três das seis intervenções centradas na enfermaria reduziram a automutilação. Dois estudos que utilizaram uma abordagem terapêutica combinada — centrada tanto no indivíduo como na enfermaria — reduziram significativamente a automutilação nas enfermarias. A qualidade dos estudos foi muito variável, e algumas das intervenções foram mal descritas. Não houve indicações de efeitos prejudiciais causados por nenhuma das abordagens descritas nesta revisão. CONCLUSÕES: Várias abordagens demonstram ser promissoras na redução dos danos autoprovocados, mas as evidências não são fortes o suficiente para recomendar qualquer abordagem em particular. As evidências atuais ainda são fracas, mas servem como base para um programa de pesquisa mais robusto, que permita criar um conjunto de evidências mais substancial em relação a este problema negligenciado nas enfermarias.
BACKGROUND: Incidents of self-harm are common on psychiatric wards. There are a wide variety of therapeutic, social and environmental interventions that have shown some promise in reducing self-harm in in-patient settings, but there is no consensus on the most appropriate means of reducing and managing self-harm during in-patient admissions. AIMS: To review interventions used to reduce self-harm and suicide attempts on adolescent and adult psychiatric in-patient wards. METHOD: A systematic literature search was conducted between 14 March 2019 and 25 January 2021 using PsycINFO and Medline (PROSPERO ID: CRD42019129046). A total of 23 papers were identified for full review. RESULTS: Interventions fell into two categories, therapeutic interventions given to individual patients and organisational interventions aimed at improving patient-staff communication and the overall ward milieu. Dialectical behaviour therapy was the most frequently implemented and effective therapeutic intervention, with seven of eight studies showing some benefit. Three of the six ward-based interventions reduced self-harm. Two studies that used a combined therapeutic and ward-based approach significantly reduced self-harm on the wards. The quality of the studies was highly variable, and some interventions were poorly described. There was no indication of harmful impact of any of the approaches reported in this review. CONCLUSIONS: A number of approaches show some promise in reducing self-harm, but the evidence is not strong enough to recommend any particular approach. Current evidence remains weak overall but provides a foundation for a more robust programme of research aimed at providing a more substantial evidence base for this neglected problem on wards.
