Manifestação de preocupações sobre riscos à segurança do paciente tradicionais e ligados ao profissionalismo: um inquérito nacional com internos e médicos residentes

MARTINEZ, W. ; LEHMANN, L. S. ; THOMAS, E. J. ; ETCHEGARAY, J. M. ; SHELBURNE, J. T. ; HICKSON, G. B. ; BRADY, D. W.
Título original:
Speaking up about traditional and professionalism-related patient safety threats: a national survey of interns and residents
Resumo:

Contexto : A comunicação aberta entre profissionais da saúde sobre preocupações ligadas ao cuidado ou o ato de “manifestar-se” a respeito dessas preocupações é essencial para a segurança do paciente.

Objetivo : Comparar as experiências e atitudes de “‘internos” e “médicos residentes” e os fatores associados ao ato de manifestar preocupações sobre riscos tradicionais à segurança versus riscos ligados ao profissionalismo.

Desenho : Inquérito transversal anônimo.

Ambiente : Seis centros médicos acadêmicos dos EUA, de 2013 a 2014.

Participantes : Um total de 1.800 internos e médicos residentes clínicos e cirúrgicos (dos quais 47% responderam ao questionário).

Medições : Atitudes, barreiras e fatores facilitadores para o ato de manifestar-se, e a experiência autorrelatada com essa atitude. Probabilidade de manifestar-se e o potencial de danos ao paciente em duas vinhetas clínicas. Escalas de trabalho em equipe e segurança do Safety Attitude Questionnaire (SAQ) e as escalas Speaking Up Climate for Patient Safety (SUC-Safe) e Speaking Up Climate for Professionalism (SUC-Prof). RESULTADOS: Os participantes observaram com mais frequência o comportamento não profissional (75%, 628/837) que os riscos tradicionais à segurança (49%, 410/837; p<0,001)  mas relataram com menos frequência o ato de se manifestarem sobre o comportamento não profissional (46%, 287/628 vs 71%, 291/410; p<0,001). Os participantes relataram com mais frequência o medo do conflito como uma barreira para o ato de se manifestarem sobre o comportamento não profissional em comparação com os riscos tradicionais à segurança (58%, 482/837 vs 42%, 348/837; p<0,001). Além disso, os participantes se mostraram menos propensos a se manifestarem com um médico assistente na vinheta sobre profissionalismo que na vinheta de segurança tradicional, mesmo quando perceberam um alto potencial de danos ao paciente (20%, 49/251 vs 71%, 179/251; p<0,001). Percepções positivas sobre o clima de trabalho em equipe nas escalas SAQ e SUC-Safe estiveram independentemente associadas ao ato de manifestar-se na vinheta de segurança tradicional (OR 1,90, IC 99% 1,36 a 2,66 e 1,46, 1,02 a 2,09, respectivamente), enquanto somente a percepção positiva na escala SUC-Prof esteve associada ao ato de manifestar-se na vinheta sobre profissionalismo (1,76, 1,23 a 2,50).

Conclusões : Os internos e os médicos residentes observaram comportamentos não profissionais com frequência, mas estiveram menos propensos a manifestar as suas preocupações em relação a esses comportamentos em comparação com os riscos tradicionais à segurança, mesmo quando perceberam um alto potencial de danos ao paciente. A medição da escala SUC-Safe, e particularmente da escala SUC-Prof, pode preencher uma lacuna existente na avaliação da cultura de segurança.

Resumo Original:

Background: Open communication between healthcare professionals about care concerns, also known as 'speaking up', is essential to patient safety.

Objective: Compare interns' and residents' experiences, attitudes and factors associated with speaking up about traditional versus professionalism-related safety threats.

Design: Anonymous, cross-sectional survey.

Setting: Six US academic medical centres, 2013-2014.

Participants: 1800 medical and surgical interns and residents (47% responded).

Measurements: Attitudes about, barriers and facilitators for, and self-reported experience with speaking up. Likelihood of speaking up and the potential for patient harm in two vignettes. Safety Attitude Questionnaire (SAQ) teamwork and safety scales; and Speaking Up Climate for Patient Safety (SUC-Safe) and Speaking Up Climate for Professionalism (SUC-Prof) scales.

Results: Respondents more commonly observed unprofessional behaviour (75%, 628/837) than traditional safety threats (49%, 410/837); p<0.001, but reported speaking up about unprofessional behaviour less commonly (46%, 287/628 vs 71%, 291/410; p<0.001). Respondents more commonly reported fear of conflict as a barrier to speaking up about unprofessional behaviour compared with traditional safety threats (58%, 482/837 vs 42%, 348/837; p<0.001). Respondents were also less likely to speak up to an attending physician in the professionalism vignette than the traditional safety vignette, even when they perceived high potential patient harm (20%, 49/251 vs 71%, 179/251; p<0.001). Positive perceptions of SAQ teamwork climate and SUC-Safe were independently associated with speaking up in the traditional safety vignette (OR 1.90, 99% CI 1.36 to 2.66 and 1.46, 1.02 to 2.09, respectively), while only a positive perception of SUC-Prof was associated with speaking up in the professionalism vignette (1.76, 1.23 to 2.50).

Conclusions:  Interns and residents commonly observed unprofessional behaviour yet were less likely to speak up about it compared with traditional safety threats even when they perceived high potential patient harm. Measuring SUC-Safe, and particularly SUC-Prof, may fill an existing gap in safety culture assessment.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 2017. DOI: 10.1136/bmjqs-2016-006284.
Nota Geral:

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