Medição abrangente da carga de doença por eventos adversos: uma nova análise do Patient Safety Incidents Inquiry
Contexto: Ainda não existe uma metodologia clara para medir de forma abrangente e razoável a carga de doença por eventos adversos. Neste estudo, testamos um método novo e sistemático para medi-la pela revisão de prontuários médicos, um método habitualmente considerado como o padrão-ouro. Métodos: Usando as características dos eventos adversos evitáveis identificados no Patient Safety Incidents Inquiry (PSII) de 2019, um inquérito realizado para monitorar com precisão o nível de segurança do paciente na Coreia, estimamos os anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) e os custos econômicos resultantes. Calculamos os DALYs como a soma dos anos vividos com uma incapacidade entre pacientes que sofreram incapacidade permanente em razão de eventos adversos evitáveis, bem como os anos de vida perdidos por mortalidade prematura entre pacientes que morreram por eventos adversos evitáveis. Calculamos o custo econômico usando os principais códigos diagnósticos de pacientes que sofreram eventos adversos evitáveis, identificados no PSII como internação prolongada, e o custo médico médio por categoria de doença e faixa etária. Resultados: As estimativas de DALYs por eventos adversos evitáveis foram de 1114,4 DALYs por 100.000 pacientes para o padrão mínimo e 1658,5 DALYs por 100.000 pacientes para o padrão máximo. Em comparação com os resultados do Korea Burden of Disease de 2015, os DALYs por eventos adversos evitáveis ficaram em sexto lugar no ranking no padrão mínimo e em terceiro no padrão máximo. O custo médico anual dos eventos adversos em 2016 foi estimado em aproximadamente US$ 700 milhões. As despesas médicas por eventos adversos evitáveis foram calculadas em aproximadamente US$ 120 milhões no padrão mínimo e US$ 240 milhões no padrão máximo. Conclusão: Utilizando este método mais padronizado de calcular sistematicamente a carga de doença por eventos adversos, será possível comparar a dimensão do problema da segurança do paciente com o de outras doenças. Os resultados deste estudo indicam que ainda é preciso prestar mais atenção à questão da segurança do paciente.
Background: A methodology for comprehensively and reasonably measuring the burden of disease due to adverse events has yet to be clearly established. In this study, a new and systematic method for measuring the burden of disease due to adverse events was tested by utilizing the results of a medical record review, which is commonly used as a gold standard. Methods: Using the characteristics of preventable adverse events identified in the 2019 Patient Safety Incidents Inquiry (PSII), conducted to monitor the level of patient safety in Korea accurately, the resulting disability-adjusted life years (DALYs) and economic costs were estimated. DALYs were calculated as the sum of the years lived with a disability for patients who suffered permanent disability, or more, due to preventable adverse events, and the years of life lost due to premature mortality was calculated for patients who died due to preventable adverse events. The economic cost was calculated using the main diagnostic codes of patients who suffered preventable adverse events, identified as prolonged hospitalization in PSII, and the average medical cost by disease category and age group. Results: Estimates of DALYs due to preventable adverse events were 1,114.4 DALYs per 100,000 population for the minimum standard and 1,658.5 DALYs per 100,000 population for the maximum standard. Compared to the 2015 Korea Burden of Disease results, the ranking of DALYs due to preventable adverse events was sixth for the minimum standard and third for the maximum standard. The annual medical cost of adverse events in 2016 was estimated to be approximately Korean Republic Won (KRW) 870 billion (700 million US dollars). Medical expenses due to preventable adverse events were calculated to be approximately KRW 150 billion (120 million US dollars) as a minimum standard and approximately KRW 300 billion (240 million US dollars) as a maximum standard. Conclusion: If this more standard method of systematically calculating the disease burden due to adverse events is used, it will be possible to compare the size of the patient safety problem with that of other diseases. The results of this study indicate that we still need to pay more attention to the issue of patient safety.
