Medição do potencial de resiliência: desenvolvimento de uma grade de avaliação da resiliência para serviços de emergência

Contexto: Na última década, a engenharia da resiliência tem sido defendida como uma alternativa à gestão da segurança em muitos domínios. No entanto, o desenvolvimento de indicadores para medir e analisar o potencial de resiliência dos serviços de emergência ainda enfrenta dificuldades importantes. Este estudo procurou redesenhar a grade de avaliação da resiliência (GAR) de Hollnagel, adaptando-a sob medida para apoiar a gestão da resiliência em serviços de emergência (GAR-SE). Métodos: O estudo teve uma abordagem em três partes: 1) tradução da GAR de Hollnagel para uma versão chinesa, seguida da geração de um conjunto personalizado de perguntas para a GAR-SE adaptadas aos serviços de emergência; 2) teste e revisão dos conjuntos personalizados até alcançar uma validade satisfatória para a aplicação; 3) elaboração de uma nova escala de classificação e método de pontuação. Os critérios de teste do questionário GAR-SE adotaram os critérios modificados de pontuação em três níveis propostos por Bloom e Fischer. O ambiente de estudo do teste de campo foi um hospital regional privado. Resultados: A quinta versão da GAR-SE foi aceitável após um teste de campo. Esta versão possui três conjuntos de perguntas estruturadas abertas para os potenciais de resposta, monitoramento e previsão, bem como um conjunto de perguntas estruturadas para o potencial de aprendizagem. No total, são 38 perguntas correspondentes a 32 focos. Uma nova escala de classificação em quatro níveis, juntamente com um novo método de pontuação, pode melhorar a validade da conversão da pontuação e a comunicação entre os membros da equipe e entre as diferentes investigações. Esta versão final foi concebida para concluir uma entrevista em cerca de duas horas. Conclusões: A GAR-SE permite fazer uma avaliação rápida da resiliência de um serviço de emergência em condições específicas. Pode ser aplicada várias vezes em um único hospital para monitorar a direção e o conteúdo de um processo de melhoria, o que pode complementar a gestão da segurança convencional em direção à resiliência. São necessárias algumas considerações para que a sua aplicação pelos hospitais seja bem-sucedida. É preciso realizar novos estudos para superar as possíveis fraquezas metodológicas da GAR-SE. 
 

Background Resilience engineering has been advocated as an alternative to the management of safety over the last decade in many domains. However, to facilitate metrics for measuring and helping analyze the resilience potential for emergency departments (EDs) remains a significant challenge. The study aims to redesign the Hollnagel’s resilience assessment grid (RAG) into a custom-made RAG (ED-RAG) to support resilience management in EDs. Methods The study approach had three parts: 1) translation of Hollnagel’s RAG into Chinese version, followed by generation of a tailored set of ED-RAG questions adapted to EDs; 2) testing and revising the tailored sets until to achieve satisfactory validity for application; 3) design of a new rating scale and scoring method. The test criteria of the ED-RAG questionnaire adopted the modified three-level scoring criteria proposed by Bloom and Fischer. The study setting of the field test is a private regional hospital. Results The fifth version of ED-RAG was acceptable after a field test. It has three sets of open structured questions for the potentials to respond, monitor, and anticipate, and a set of structured questions for the potential to learn. It contained 38 questions corresponding to 32 foci. A new 4-level rating scale along with a novel scaling method can improve the scores conversion validity and communication between team members and across investigations. This final version is set to complete an interview for around 2 hours. Conclusions The ED-RAG represents a snapshot of EDs’resilience under specific conditions. It might be performed multiple times by a single hospital to monitor the directions and contents of improvement that can supplement conventional safety management toward resilience. Some considerations are required to be successful when hospitals use it. Future studies to overcome the potential methodological weaknesses of the ED-RAG are needed.