Momento e conteúdo do debriefing: uma revisão de escopo sobre o debriefing clínico interprofissional
INTRODUÇÃO: O debriefing clínico (DC) melhora o trabalho em equipe e o cuidado prestado ao paciente. É implementado em uma variedade de contextos clínicos, mas sua estrutura e a forma como é realizado são variáveis. Além disso, a terminologia usada para descrever o DC é inconsistente, sendo frequentemente ambígua. Essa variabilidade e a falta de uma terminologia clara dificultam o entendimento e a normalização na prática. Esta revisão procura examinar os fatores contextuais relacionados às diferentes abordagens de DC, com o objetivo de diferenciá-los para atender melhor às necessidades dos diferentes contextos clínicos. MÉTODOS: Extraímos artigos que descrevessem o DC nas bases de dados Medline, CINAHL, ERIC, PubMed, PsychINFO e Academic Search Complete. Estudos empíricos que descrevessem o DC envolvendo duas ou mais profissões foram elegíveis para inclusão. Analisamos os artigos incluídos usando o modelo Who-What-When-Where-Why-How (“Quem, o que, quando, onde, por que, como”) para examinar os fatores contextuais, que foram então usados para desenvolver categorias de DC. Fatores relacionados àquilo que motivou o debriefing e ao momento de sua ocorrência foram usados para diferenciar as abordagens de DC. RESULTADOS: Identificamos 46 artigos. Os DCs foram classificados como de rotina ou motivados por situações específicas, e, dentro dessas categorias abrangentes, diferenciamos os debriefings segundo o seu momento de ocorrência. Os DCs motivados foram imediatos ou posteriores, e os de rotina foram pós-operatórios ou ao final do turno de trabalho. Alguns fatores contextuais foram específicos para cada categoria, enquanto outros foram relativamente heterogêneos. Estas categorias ajudam a esclarecer o alinhamento entre o contexto e a intenção do DC. CONCLUSÕES: As categorias propostas proporcionam uma maneira prática de examinar e discutir os DCs, o que pode fundamentar as decisões sobre sua implementação. Diferenciando os DCs de acordo com os fatores contextuais relevantes, essas categorias podem reduzir a confusão que atualmente dificulta a implementação e as narrativas em torno dos DCs. Os resultados desta revisão promovem uma linguagem específica, baseada no contexto, procurando desencorajar as concepções que sugerem o uso de uma abordagem única para todos os tipos de DC.
INTRODUCTION: Clinical debriefing (CD) improves teamwork and patient care. It is implemented across a range of clinical contexts, but delivery and structure are variable. Furthermore, terminology to describe CD is also inconsistent and often ambiguous. This variability and the lack of clear terminology obstructs understanding and normalisation in practice. This review seeks to examine the contextual factors relating to different CD approaches with the aim to differentiate them to align with the needs of different clinical contexts. METHODS: Articles describing CD were extracted from Medline, CINAHL, ERIC, PubMed, PsychINFO and Academic Search Complete. Empirical studies describing CD that involved two or more professions were eligible for inclusion. Included papers were charted and analysed using the Who-What-When-Where-Why-How model to examine contextual factors which were then used to develop categories of CD. Factors relating to what prompted debriefing and when debriefing occurred were used to differentiate CD approaches. RESULTS: Forty-six papers were identified. CD was identified as either prompted or routine, and within these overarching categories debriefing was further differentiated by the timing of the debrief. Prompted CD was either immediate or delayed and routine CD was postoperative or end of shift. Some contextual factors were unique to each category while others were relatively heterogeneous. These categories help clarify the alignment between the context and the intention of CD. CONCLUSIONS: The proposed categories offer a practical way to examine and discuss CD which may inform decisions about implementation. By differentiating CD according to relevant contextual factors, these categories may reduce confusion which currently hinders discourse and implementation. The findings from this review promote context-specific language and a shift away from conceptions of CD that embody a one-size-fits-all approach.