Na prática: repensando os programas de melhoria da higienização das mãos em ambientes de atenção à saúde

SON, C. ; CHUCK, T. ; CHILDERS, T. ; USIAK, S. ; DOWLING, M. ; ANDIEL, C.
Título original:
Practically speaking: Rethinking hand hygiene improvement programs in health care settings
Resumo:

Contexto: A higienização das mãos é amplamente reconhecida como o meio mais efetivo para a redução de infecções relacionadas à assistência à saúde. É fundamental que os hospitais implementem programas confiáveis de higienização das mãos e mantenham altas taxas de adesão entre os profissionais. Entretanto, além de diretrizes gerais, existem poucos recursos disponíveis para o estabelecimento de programas bem sucedidos, e sustentáveis a longo prazo, de higienização das mãos numa instituição como um todo.

Métodos: A partir de 2008, reformulamos completamente a abordagem de nossa instituição com relação à higienização das mãos. Criamos pequenas equipes formadas por um representante do Controle de Qualidade, um profissional especializado em Prevenção de Infecções e profissionais das unidades específicas. As equipes começaram o trabalho discutindo as barreiras atuais ao êxito da higienização das mãos. A partir de então, estabeleceram seus próprios objetivos para a adesão a esta prática. As equipes estudaram as diretrizes de higienização das mãos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que haviam sido adotadas recentemente como parte da política de prevenção de infecções do hospital. Utilizando as diretrizes da OMS, as equipes criaram fluxos de trabalho detalhados para suas atividades mais comuns de cuidado com o paciente. Sempre que a higienização das mãos estava indicada, o fluxo de trabalho foi marcado com um número correspondente a um ou mais dos "5 momentos de higienização das mãos" da OMS. Ao final do período de 12 semanas, os membros das equipes foram treinados para observar uns aos outros e começaram a coletar e apresentar oficialmente os dados ao grupo de Prevenção de Infecções.

Resultados: Entre 2006 e 2008, a nossa média institucional de adesão à higienização das mãos manteve-se estável, entre 60% e 70%. Depois do lançamento do novo programa em 2008, a adesão chegou a 97% e manteve-se nesse nível desde então. Além das 19 áreas do hospital que já eram previamente observadas, 15 ambulatórios e 5 instalações regionais foram agora incluídos nos dados.

Conclusão: Este artigo descreve uma nova abordagem para a medição, o monitoramento e, por fim, o aumento da adesão à higienização das mãos em nosso hospital. Nosso objetivo é apresentar estratégias práticas e concretas que possam ser usadas por outras instituições deparadas com o desafio de criar ou reformular seus programas de higienização das mãos.

Palavras-Chave: Higienização das mãos; adesão à higienização das mãos; observação da higienização das mãos; monitoramento da higienização das mãos; qualidade; segurança do paciente; prevenção de infecções; fluxo de trabalho.

Resumo Original:

Background: Hand hygiene is widely recognized as the single most effective means of reducing health care-associated infections. Implementing a credible hand hygiene program and maintaining high compliance among staff is both expected and required of hospitals. However, beyond general guidelines, few resources are available for stablishing an institution-wide hand hygiene program that is both successful and sustainable over the long term.

Methods: Beginning in 2008, we completely overhauled the approach to hand hygiene at our institution. We created small teams consisting of a representative from Quality Assessment, an Infection Prevention Practitioner, and staff from a particular unit. Teams began by discussing the current barriers to hand hygiene success. They then set their own goals for hand hygiene compliance. Staff learned the World Health Organization (WHO) hand hygiene guidelines, which recently had been adopted as part of hospital infection prevention policy. Using the WHO guidelines, teams diagrammed detailed workflows for several of their most common patient care tasks. Wherever hand hygiene was indicated, the workflow was marked with a number corresponding to one or more of the WHO'S "5 moments for hand hygiene." At the end of the 12-week period, staff members were trained to observe each other and began officially collecting and submitting data to Infection Prevention.

Results: Between 2006 and 2008, our average institutional hand hygiene compliance held steady at 60%-70%. After the new program was launched in 2008, compliance reached 97% and has been maintained at this level ever since. In addition to the 19 areas of the hospital that were observed previously, 15 ambulatory facilities and 5 regional sites are now included in the data.

Conclusion: This article describes a novel approach to measuring, monitoring, and ultimately increasing hand hygiene compliance at our hospital. Our objective is to provide concrete, practical strategies for other institutions faced with the challenge of building or revamping their own hand hygiene programs.

Key Words: Handwashing; hand hygiene compliance; hand hygiene observation; hand hygiene monitoring; quality; patient safety; infection prevention; workflow.

Fonte:
American Journal of Infection Control ; 39(9): 716-24; 2011. DOI: 10.1016/j.ajic.2010.12.008.
DECS:
Higiene das mãos, atenção a saúde, segurança do paciente, infecção, prevenção e controle, fluxo de trabalho