O aprendizado não acontece espontaneamente: estabelecendo princípios de aprendizado para ferramentas que traduzam a resiliência na prática, com base em uma abordagem participativa

Cecilie Haraldseid-Driftland ; Hilda Bø Lyng ; Veslemøy Guise ; Hilde Valen Waehle ; Lene Schibevaag ; Eline Ree ; Birte Fagerdal
Título original:
Learning does not just happen: establishing learning principles for tools to translate resilience into practice, based on a participatory approach
Resumo:

INTRODUÇÃO: As teorias sobre o aprendizado são de extrema importância para a resiliência no setor da saúde, pois a capacidade de adaptação e de melhorar o cuidado prestado ao paciente está intimamente ligada à capacidade de compreender o que acontece e por quê. É fundamental aprender tanto com eventos positivos como negativos. Embora tenham sido desenvolvidas várias ferramentas e abordagens para aprender com a ocorrência de eventos adversos, há poucas ferramentas para aprender com os eventos bem-sucedidos. A base teórica, a compreensão dos mecanismos de aprendizado e o estabelecimento de princípios fundamentais para o aprendizado em resiliência são estratégias cruciais na elaboração de intervenções para desenvolver ou fortalecer o desempenho resiliente. A literatura sobre resiliência no setor da saúde tem feito apelos pelo desenvolvimento de intervenções para reforçar a resiliência, e têm surgido novas ferramentas para traduzir a resiliência na prática, mas sem estipular necessariamente os princípios fundamentais do aprendizado. A menos que esses princípios estejam ancorados na literatura e sejam baseados em evidências, é pouco provável que ocorram inovações bem-sucedidas nesta área. Este artigo visa explorar os princípios-chave dos processos de aprendizado para o desenvolvimento de ferramentas que auxiliem a traduzir a resiliência na prática. MÉTODOS: Este artigo descreve os resultados de um estudo de métodos mistos em duas fases, conduzido ao longo de um período de três anos. Foram realizadas diversas atividades de coleta de dados e desenvolvimento, incluindo uma abordagem participativa que envolveu oficinas iterativas com múltiplos grupos de interesse no sistema de saúde norueguês. RESULTADOS: Ao todo, chegamos a oito princípios de aprendizado que podem ser usados para auxiliar no desenvolvimento de ferramentas para traduzir a resiliência na prática. Os princípios se baseiam nas necessidades e experiências dos grupos de interesse e na literatura, sendo divididos em três grupos: elementos colaborativos, práticos e de conteúdo. CONCLUSÕES: Foram estabelecidos oito princípios de aprendizado com o objetivo de facilitar o desenvolvimento de ferramentas para traduzir a resiliência na prática. Isto poderá apoiar a adoção de abordagens de aprendizagem colaborativa e o estabelecimento de espaços reflexivos que reconheçam a complexidade do sistema em diferentes contextos. Os princípios são fáceis de utilizar e demonstram relevância para a prática.
 

Resumo Original:

BACKGROUND: Theories of learning are of clear importance to resilience in healthcare since the ability to successfully adapt and improve patient care is closely linked to the ability to understand what happens and why. Learning from both positive and negative events is crucial. While several tools and approaches for learning from adverse events have been developed, tools for learning from successful events are scarce. Theoretical anchoring, understanding of learning mechanisms, and establishing foundational principles for learning in resilience are pivotal strategies when designing interventions to develop or strengthen resilient performance. The resilient healthcare literature has called for resilience interventions, and new tools to translate resilience into practice have emerged but without necessarily stipulating foundational learning principles. Unless learning principles are anchored in the literature and based on research evidence, successful innovation in the field is unlikely to occur. The aim of this paper is to explore: What are key learning principles for developing learning tools to help translate resilience into practice? METHODS: This paper reports on a two-phased mixed methods study which took place over a 3-year period. A range of data collection and development activities were conducted including a participatory approach which involved iterative workshops with multiple stakeholders in the Norwegian healthcare system. RESULTS: In total, eight learning principles were generated which can be used to help develop learning tools to translate resilience into practice. The principles are grounded in stakeholder needs and experiences and in the literature. The principles are divided into three groups: collaborative, practical, and content elements. CONCLUSIONS: The establishment of eight learning principles that aim to help develop tools to translate resilience into practice. In turn, this may support the adoption of collaborative learning approaches and the establishment of reflexive spaces which acknowledge system complexity across contexts. They demonstrate easy usability and relevance to practice.
 

Fonte:
BMC Health Services Research ; 23(1): 646; 2023. DOI: 10.1186/s12913-023-09653-8.