O desafio de gerenciar as interações medicamentosas em pessoas idosas.

A terapia medicamentosa é essencial para o cuidado de pacientes idosos, embora seja claramente uma faca de dois gumes. Os pacientes idosos correm um grande risco de sofrer interações medicamentosas, mas a prevalência dessas interações não está bem documentada. Existem vários tipos de interação: medicamento-medicamento, medicamento-doença, medicamento-alimentação, medicamento-álcool, medicamento-produto fitoterápico e medicamento-estado nutricional. Na avaliação das interações medicamentosas, é preciso considerar fatores como alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas relacionadas à idade, fragilidade, variabilidade interindividual, redução dos mecanismos homeostáticos e questões psicossociais. Existem programas informáticos que auxiliam os profissionais envolvidos no cuidado de saúde a detectar interações medicamentosas, mas muitos programadores não estão a par dos conhecimentos mais atuais sobre o tema, que seguem em constante evolução, nem levam em consideração importantes fatores necessários para otimizar o tratamento medicamentoso em pacientes idosos. Qualquer recomendação gerada por um programa deverá ser ponderada por uma abordagem holística, geriátrica e multiprofissional, executada em equipe. Este segundo e último artigo da série sobre a prescrição de medicamentos em pessoas idosas propõe um método para categorizar as interações medicamentosas e apresenta estratégias para sua detecção, controle e prevenção.

Drug therapy is essential when caring for elderly patients, but clearly it is a double-edged sword. Elderly patients are at high risk of having drug interactions, but the prevalence of these interactions is not well documented. Several types of interactions exist: drug-drug, drug-disease, drug-food, drug-alcohol, drug-herbal products, and drug-nutritional status. Factors such as age-related changes in pharmacokinetics and pharmacodynamics, frailty, interindividual variability, reduced homoeostatic mechanisms, and psychosocial issues need to be considered when drug interactions are assessed. Software can help clinicians to detect drug interactions, but many programmes have not been updated with the evolving knowledge of these interactions, and do not take into consideration important factors needed to optimise drug treatment in elderly patients. Any generated recommendations have to be tempered by a holistic, geriatric, multiprofessional approach that is team-based. This second paper in a series of two on prescribing in elderly people proposes an approach to categorise drug interactions, along with strategies to assist in their detection, management, and prevention.