O papel ativo dos pais na revisão de casos de natimortos e mortes perinatais: O estudo PARENTS 2, um estudo de implementação de métodos mistos
Objetivo: Quando a morte de um bebê leva a uma revisão formal do cuidado prestado, os pais, com muita frequência, não ficam sabendo e não são envolvidos de forma significativa no processo de revisão. O envolvimento dos pais nesse processo provavelmente é essencial para que a revisão seja bem-sucedida e para melhorar a segurança do paciente. Este estudo procurou avaliar uma intervenção para o envolvimento dos pais no processo de revisão da mortalidade perinatal (RMP) e identificar barreiras e fatores facilitadores para a sua implementação. Desenho: Estudo de métodos mistos sobre o envolvimento dos pais na RMP. Ambiente: Uma única maternidade de nível terciário no Reino Unido. Participantes: Pais que perderam um bebê e profissionais da saúde. Intervenções: O envolvimento dos pais na RMP (intervenção) foi baseado em princípios derivados de um processo de consenso nacional e da pesquisa qualitativa com pais, profissionais da saúde e outros grupos de interesse no Reino Unido. Desfechos: Taxas de recrutamento, percepções dos pais e dos profissionais da saúde. Resultados: Ao todo, 81% dos pais abordados (13/16) concordaram em participar do estudo. Após a implementação da intervenção, realizamos dois grupos focais com pais que perderam um bebê (n=11) e profissionais da saúde (n=7) para investigar as suas percepções sobre o processo. Os resultados demonstraram, de maneira geral, um melhor diálogo e maior continuidade do cuidado com os pais, bem como melhorias no processo de RMP e na segurança do paciente. Os pais concordaram que o envolvimento no processo de RMP havia sido muito valioso e os ajudou em seu luto. Os profissionais da saúde consideraram que o envolvimento dos pais melhorou o processo de revisão e as lições aprendidas com as mortes; frequentemente, as informações necessárias para entender o impacto de diferentes aspectos da prestação do cuidado na morte do bebê só eram encontradas na memória dos pais. Conclusões: O envolvimento dos pais no processo de RMP é viável e útil, tanto para os pais quanto para os profissionais da saúde, e pode ser fundamental para melhorar a segurança do paciente e o cuidado futuro oferecido a mães e bebês. Para aprender com esses eventos e conseguir prevenir mortes perinatais, todos os hospitais devem dar aos pais a opção de se envolverem na revisão da morte de seu bebê.
Objective When a formal review of care takes places after the death of a baby, parents are largely unaware it takes place and are often not meaningfully involved in the review process. Parent engagement in the process is likely to be essential for a successful review and to improve patient safety. This study aimed to evaluate an intervention process of parental engagement in perinatal mortality review (PNMR) and to identify barriers and facilitators to its implementation. Design Mixed-methods study of parents' engagement in PNMR. Setting Single tertiary maternity unit in the UK. Participants Bereaved parents and healthcare professionals (HCPs). Interventions Parent engagement in the PNMR (intervention) was based on principles derived through national consensus and qualitative research with parents, HCPs and stakeholders in the UK. Outcomes Recruitment rates, bereaved parents and HCPs' perceptions. Results Eighty-one per cent of bereaved parents approached (13/16) agreed to participate in the study. Two focus groups with bereaved parents (n=11) and HCP (n=7) were carried out postimplementation to investigate their perceptions of the process. Overarching findings were improved dialogue and continuity of care with parents, and improvements in the PNMR process and patient safety. Bereaved parents agreed that engagement in the PNMR process was invaluable and helped them in their grieving. HCP perceived that parent involvement improved the review process and lessons learnt from the deaths; information to understand the impact of aspects of care on the baby's death were often only found in the parents' recollections. Conclusions Parental engagement in the PNMR process is achievable and useful for parents and HCP alike, and critically can improve patient safety and future care for mothers and babies. To learn and prevent perinatal deaths effectively, all hospitals should give parents the option to engage with the review of their baby's death.