O papel da autópsia na garantia da qualidade: estudo-piloto de um método para a notificação prospectiva de erros de diagnóstico descobertos na autópsia
As autópsias hospitalares frequentemente revelam erros de diagnóstico que podem ter afetado o desfecho clínico do paciente. Os objetivos deste estudo foram (1) investigar, em nossa instituição, a capacidade da autópsia de esclarecer diagnósticos antemortem não reconhecidos e (2) testar um método para tabular as discrepâncias diagnósticas de forma prospectiva. A amostra do estudo consistiu em 296 casos recebidos em nosso serviço híbrido de autópsia hospitalar/forense durante o período de 2016 a 2018. As discrepâncias entre a autópsia e o diagnóstico clínico foram relatadas pelos patologistas no momento da geração do relatório de autópsia usando um formulário-padrão. As taxas de grandes discrepâncias entre o diagnóstico clínico e de autópsia foram de 37,5% para casos intra-hospitalares e de 25% para pacientes que faleceram fora de nosso hospital (p<0,05). A categoria mais comum de discrepância foi a infecção. As taxas gerais de discrepância na causa de morte foram de 14% (intra-hospitalar) e 8% (extra-hospitalar) (ns). As porcentagens gerais de casos com grandes discrepâncias diagnósticas foram maiores em nosso estudo do que na pesquisa anterior. É possível que a natureza da nossa população de pacientes influencie este resultado. Este estudo descreve uma importante ferramenta de notificação prospectiva que nos permitirá rastrear as taxas de erros no cuidado de saúde e melhorar o diagnóstico e tratamento dos pacientes gravemente doentes.
Hospital autopsies frequently reveal errors in diagnosis that could have affected the patient's clinical outcome. The aims of this study were (1) to investigate the ability of autopsy at our institution to elucidate unrecognized antemortem diagnoses and (2) to pilot a method for tabulating diagnostic discrepancies on a prospective basis. The study sample consisted of 296 cases from our hybrid hospital/forensic autopsy service during the period 2016 to 2018. Discrepancies in autopsy and clinical diagnosis were reported by pathologists at the time of autopsy report generation using a standard form. The rates of major discrepancies between autopsy and clinical diagnoses were 37.5% for in-hospital cases and 25% for patients who died outside our hospital (P < 0.05). The most common discrepant category was infection. The overall rates of discrepant causes of death were 14% (in hospital) and 8% (out of hospital) (ns). Overall percentages of cases with major diagnostic discrepancies were higher in our study than have been previously reported. It is possible that the nature of our patient population plays a role in this result. This study describes an important prospective reporting tool that will allow us to track rates of medical errors and improve diagnosis and treatment of the critically ill.
