O que define um sistema de prestação de cuidados de saúde de alto desempenho: uma revisão sistemática

AHLUWALIA, S.C. ; DAMBERG, C. L. ; SILVERMAN, M. ; MOTALA, A. ; SHEKELLE, P. G.
Título original:
What Defines a High-Performing Health Care Delivery System: A Systematic Review
Resumo:

Contexto: Cada vez mais os compradores, pagadores e formuladores de políticas medem e recompensam sistemas de saúde de alto desempenho que utilizam uma série de definições do que é alto desempenho. No entanto, não está claro se existe uma definição que seja aplicada de forma consistente. Realizamos uma revisão sistemática para determinar se existe uma definição estabelecida de comum acordo e utilizada habitualmente para o que constitui um sistema de prestação de cuidados de saúde de “alto desempenho”.

Métodos: Realizamos pesquisas nas bases de dados PubMed e WorldCat de 2005 a 2015 e na New York Academy of Medicine Grey Literature Report de 1999 a 2016, buscando artigos em inglês que definissem alto desempenho com relação a um sistema ou organização de saúde. Extraímos dos artigos incluídos a entidade/condição para a qual foi aplicada a definição. Tabulamos o número e os tipos de dimensões utilizadas para definir alto desempenho dentro de cada artigo e na comparação entre artigos, calculando também o número e os tipos de indicadores utilizados por dimensão do desempenho e por artigo.

Resultados: Não identificamos nenhuma definição consistente de sistema ou organização de saúde de alto desempenho. O alto desempenho foi definido de forma variável em diferentes dimensões, que incluíram qualidade (93% dos artigos), custo (67%), acesso (35%), equidade (26%), experiências dos pacientes (21%) e segurança do paciente (18%). A maioria dos artigos usou mais de uma dimensão para definir o alto desempenho (75%), mas só cinco usaram cinco ou mais dimensões. As dimensões pareadas com mais frequência foram a qualidade e o custo (63%).

Conclusão: A ausência de uma definição consistente do que constitui o alto desempenho e de como medi-lo dificulta a nossa capacidade de comparar e recompensar os sistemas de prestação do cuidado de saúde com base no desempenho, destacando a necessidade de desenvolver uma definição consistente do que é o alto desempenho.

Resumo Original:

Background: Purchasers, payers, and policy makers are increasingly measuring and rewarding high-performing health systems, which use a variety of definitions of high performance, yet it is unclear if a consistently applied definition exists. A systematic review was conducted to determine if there is a commonly used, agreed-on definition of what constitutes a "high-performing" health care delivery system.

Methods: Searches were conducted for English-language articles defining high performance with respect to a health care system or organization in PubMed and WorldCat databases from 2005 to 2015 and the New York Academy of Medicine Grey Literature Report from 1999 to 2016. The entity/condition to which the definition was applied was extracted from included articles. The number and type of dimensions used to define high performance within and across articles was tabulated and the number and type of metrics used by performance dimension and by article was calculated.

Results: No consistent definition of a high-performing health care system or organization was identified. High performance was variably defined across different dimensions, including quality (93% of articles), cost (67%), access (35%), equity (26%), patient experience (21%), and patient safety (18%). Most articles used more than one dimension to define high performance (75%), but only five used five or more dimensions. The most commonly paired dimensions were quality and cost (63%).

Conclusion: The absence of a consistent definition of what constitutes high performance and how to measure it hinders our ability to compare and reward health care delivery systems on performance, underscoring the need to develop a consistent definition of high performance.

Fonte:
Joint Commission Journal on Quality and Safety ; 43(9): 450-459; 2017. DOI: 10.1016/j.jcjq.2017.03.010.