O referencial de adoção da segurança do paciente: uma estrutura conceitual para aproximar o conhecimento da ação
OBJETIVOS: Muitas iniciativas de segurança do paciente não são adotadas e implementadas, mesmo quando comprovadamente eficazes. Isto cria uma lacuna entre o conhecimento e a ação, isto é, uma discrepância entre o que os profissionais da saúde sabem que deve ser feito com base nas evidências e o que ocorre na prática. Procuramos desenvolver um referencial para melhorar a adoção e implementação de iniciativas de segurança do paciente. MÉTODOS: Realizamos uma revisão da literatura sobre o tema, seguida de entrevistas qualitativas com líderes de segurança do paciente para identificar barreiras e fatores facilitadores para a adoção e implementação. Usamos a análise temática indutiva para gerar os temas que fundamentaram o desenvolvimento do referencial. Usamos uma abordagem de construção de consenso para elaborar conjuntamente o referencial e a ferramenta de orientação em um comitê ad hoc formado por especialistas no tema, bem como consultores de pacientes e familiares. Testamos a utilidade, viabilidade e aceitabilidade do referencial por meio de entrevistas qualitativas. RESULTADOS: O referencial de adoção da segurança do paciente contém 5 domínios e 6 subdomínios. Os domínios são liderança (subdomínios: priorização, responsabilização, governança), cultura e contexto, processos (subdomínios: cocriação, alta confiabilidade, envolvimento), medição significativa e foco na pessoa. Desenvolvemos uma ferramenta para dar orientações práticas às equipes de melhoria que utilizam o referencial. Os testes realizados confirmaram que o referencial e a ferramenta de orientação têm um alto grau de aceitabilidade, viabilidade e utilidade na perspectiva dos especialistas no assunto e os responsáveis pela implementação. CONCLUSÕES: O referencial de adoção da segurança do paciente apresenta os componentes essenciais necessários para facilitar a adoção e a implementação de iniciativas de segurança do paciente. O referencial oferece um roteiro para organizações de saúde que se esforçam em reduzir as discrepâncias entre o conhecimento e a ação.
OBJECTIVES: Many patient safety initiatives fail to be adopted and implemented, even when proven effective. This creates the well-recognized know-do gap, referring to the discrepancy between what healthcare workers know should be done based on evidence and what takes place in practice. We aimed to develop a framework to improve the adoption and implementation of patient safety initiatives. METHODS: We conducted a background literature review followed by qualitative interviews with patient safety leaders to identify barriers and facilitators to adoption and implementation. Inductive thematic analysis was used to generate themes that informed the development of the framework. We used a consensus-building approach to co-create the framework and guidance tool with an Ad Hoc Committee made up of subject-matter experts and patient family advisors. The framework was tested for utility, feasibility, and acceptability through qualitative interviews. RESULTS: The Patient Safety Adoption Framework contains 5 domains and 6 subdomains. The domains are leadership (subdomains: prioritization, accountability, governance), culture and context, process (subdomains: co-creation, high reliability, engagement), meaningful measurement, and person-centeredness. A guidance tool was developed to provide practical guidance for improvement teams using the framework. Testing affirmed the framework and guidance tool with a high degree of acceptability, feasibility, and utility among implementers and subject-matter experts. CONCLUSIONS: The Patient Safety Adoption Framework provides the essential components necessary to facilitate the adoption and implementation of patient safety initiatives. The framework offers a roadmap for healthcare organizations striving to close the know-do gap.
