O silêncio dos profissionais no setor da saúde: traçando novos caminhos para a liderança e gestão

Anthony Montgomery ; Olga Lainidi ; Judith Johnson ; Jennifer Creese ; Fredrik Baathe ; Adriana Baban ; Anindo Bhattacharjee
Título original:
Employee silence in health care: Charting new avenues for leadership and management
Resumo:

PROBLEMA: A gestão de serviços de saúde enfrenta uma questão básica relacionada ao comportamento organizacional: por que profissionais altamente dedicados ao seu trabalho optam por permanecer em silêncio em relação a problemas críticos que reconhecem como significativos do ponto de vista profissional e organizacional? As intervenções destinadas a fazer com que os profissionais da saúde expressem as suas preocupações têm resultados decepcionantes, devido à falta de apoio oferecido pela cultura profissional e organizacional. ANÁLISE TEÓRICA CRÍTICA: Nossa compreensão das diferentes formas de silêncio dos profissionais ainda é rudimentar, sendo necessário um maior trabalho etnográfico e qualitativo para revelar a natureza complexa do silêncio no cuidado de saúde. Usamos a teoria da produção de sentido para elucidar como as dificuldades em superar o silêncio estão entrelaçadas com a cultura do cuidado de saúde. INSIGHT/PROGRESSO: A relação entre a retenção de informações e a segurança do paciente é complexa, o que destaca a necessidade de conceptualizações diferenciadas do silêncio no cuidado de saúde. Apresentamos três desafios críticos para facilitar a nossa compreensão do silêncio e suas raízes: (1) questionar a predominância da segurança psicológica, (2) explicar como operacionalizamos a produção de sentidos e (3) transformar o papel dos líderes clínicos como produtores de sentido que podem reconhecer e remodelar o silêncio dos profissionais. Estes desafios também indicam como o silêncio dos profissionais pode resultar em uma forma de profissionalismo disfuncional que favorece o estabelecimento de estruturas mal adaptadas ao cuidado de saúde. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA: Para abordar esta questão nas organizações de saúde, é fundamental delinear os fatores contextuais que provocam o silêncio dos profissionais ou que os incentivam a expressar as suas preocupações. Para os líderes clínicos, o desafio consiste em valorizar comportamentos que promovem a segurança adaptativa e psicológica profunda entre as equipes e profissões e modelar o compartilhamento de informações que permitem implementar melhorias na segurança do paciente e na qualidade do cuidado.

Resumo Original:

ISSUE: Health care management is faced with a basic conundrum about organizational behavior; why do professionals who are highly dedicated to their work choose to remain silent on critical issues that they recognize as being professionally and organizationally significant? Speaking-up interventions in health care achieve disappointing outcomes because of a professional and organizational culture that is not supportive. CRITICAL THEORETICAL ANALYSIS: Our understanding of the different types of employee silence is in its infancy, and more ethnographic and qualitative work is needed to reveal the complex nature of silence in health care. We use the sensemaking theory to elucidate how the difficulties to overcoming silence in health care are interwoven in health care culture. INSIGHT/ADVANCE: The relationship between withholding information and patient safety is complex, highlighting the need for differentiated conceptualizations of silence in health care. We present three Critical Challenge points to advance our understanding of silence and its roots by (1) challenging the predominance of psychological safety, (2) explaining how we operationalize sensemaking, and (3) transforming the role of clinical leaders as sensemakers who can recognize and reshape employee silence. These challenges also point to how employee silence can also result in a form of dysfunctional professionalism that supports maladaptive health care structures in practice. PRACTICE IMPLICATIONS: Delineating the contextual factors that prompt employee silence and encourage speaking up among health care workers is crucial to addressing this issue in health care organizations. For clinical leaders, the challenge is to valorize behaviors that enhance adaptive and deep psychological safety among teams and within professions while modeling the sharing of information that leads to improvements in patient safety and quality of care.

Fonte:
Health Care Management Review ; 2022. DOI: 10.1097/HMR.0000000000000349.