Os altos riscos da terceirização do cuidado de saúde

A terceirização do cuidado de saúde tem se tornado cada vez mais comum, na medida em que os administradores de sistemas de saúde procuram aumentar a rentabilidade e a eficiência, mas sem comprometer a excelência clínica. No entanto, quando uma organização terceiriza os seus serviços clínicos, perde o controle sobre o elemento mais valioso que tem a oferecer aos seus pacientes: um cuidado de alta qualidade. A terceirização do trabalho para um prestador externo pode ter muitos resultados imprevistos, incluindo inconsistências nos padrões de atendimento, a ocorrência de erros no cuidado de saúde, uma menor satisfação de pacientes e funcionários e danos à motivação e à renda dos profissionais, bem como à cultura, à reputação e ao desempenho financeiro de longo prazo da organização de saúde. A pesquisa sobre a terceirização nas áreas da medicina de emergência, radiologia, serviços laboratoriais e serviços ambientais demonstra evidências preocupantes de malefícios consideráveis nos casos em que a terceirização é motivada pela redução de custos a curto prazo ou é planejada sem considerar adequadamente todas as suas ramificações. Para equipar melhor os líderes dos sistemas de saúde para a tomada de decisões sobre a terceirização, examinamos a literatura, identificamos armadilhas comuns da terceirização de serviços clínicos e não clínicos, exploramos alternativas à terceirização e consideramos como ela pode (quando necessário) ser feita de forma estratégica, sem comprometer os valores da organização e o seu compromisso com os pacientes.

Outsourcing in health care has become increasingly common as health system administrators seek to enhance profitability and efficiency while maintaining clinical excellence. When clinical services are outsourced, however, the outsourcing organization relinquishes control over its most important service value: high-quality patient care. Farming out work to an external service provider can have many unintended results, including inconsistencies in standards of care; harmful medical errors; declines in patient and employee satisfaction; and damage to clinicians' morale and income, and to the health organization's culture, reputation, and long-term financial performance. Research on outsourcing in the areas of emergency medicine, radiology, laboratory services, and environmental services provides concerning evidence of potentially large downsides when outsourcing is driven by short-term cost concerns or is planned without diligently considering all of the ramifications of not keeping key clinical and nonclinical services in-house. To better equip health system leaders for decision-making about outsourcing, we examine this body of literature, identify common pitfalls of outsourcing in specific clinical and nonclinical health services and scenarios, explore alternatives to outsourcing, and consider how outsourcing (when necessary) can be done in a strategic manner that does not compromise the values of the organization and its commitment to patients.