Os aspectos da qualidade do cuidado de saúde mais importantes para os profissionais e pacientes: um estudo qualitativo
OBJETIVO: Os referenciais existentes para a qualidade do cuidado de saúde não integram suficientemente as perspectivas de médicos, enfermeiros e pacientes. Coletamos relatos narrativos desses três grupos para explorar se as suas perspectivas poderiam acrescentar novos conteúdos às definições existentes. MÉTODOS: Coletamos 97 descrições de episódios de cuidado de qualidade “boa” e “fraca” a partir de uma amostra de conveniência de médicos, enfermeiros e pacientes ambulatoriais em oito hospitais regionais. Dois codificadores classificaram o conteúdo narrativo em temas relacionados a estruturas, processos e resultados do cuidado. RESULTADOS: Os médicos, enfermeiros e pacientes levantaram os seguintes aspectos da “qualidade do cuidado”: comunicação bem-sucedida entre os profissionais, com pacientes e seus cuidadores, motivação dos profissionais, frequência de erros de conhecimento, priorização de resultados predeterminados pelo paciente, ênfase institucional na criação de “culturas de qualidade” e implementação organizacional de procedimentos sistêmicos. CONCLUSÃO: Os participantes se referiram principalmente aos processos de cuidado em suas descrições da “qualidade do cuidado”. O “orgulho hipocrático” (em resposta aos êxitos do cuidado) e a “reatividade rápida” (em resposta a [quase] falhas) surgiram como dois novos indicadores de resultados do cuidado de alta qualidade. IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA: Este estudo apresenta os primeiros fundamentos qualitativos para compreender os componentes da “qualidade do cuidado” a partir de uma perspectiva triangular na linha de frente. A pesquisa futura precisa validar os nossos achados com dados quantitativos para explorar a sua utilidade no trabalho de completar os referenciais de qualidade existentes.
OBJECTIVE: Existing quality of care frameworks insufficiently integrate the perspectives of physicians, nurses and patients. We collected narrative accounts from these three groups to explore if their perspectives might add new content to these existing definitions. METHODS: Ninety-seven descriptions of "good" and "poor" care episodes were collected from a convenience sample of physicians, nurses and outpatients at eight regional hospitals. Two coders classified the narrative contents into themes related to structures, processes and outcomes of care. RESULTS: The physicians, nurses and patients raised the following "quality of care" aspects: Successful communication among staff, with patients and care companions; staff motivation; frequency of knowledge errors; prioritization of patient-preferred outcomes; institutional emphasis on building "quality cultures"; and organizational implementation of fluid system procedures. CONCLUSION: Respondents primarily referred to care processes in their descriptions of "quality of care." "Hippocratic pride" (in response to care successes) and "Rapid reactivity" (in response to (near) failures) emerged as two new outcome indicators of high-quality care. PRACTICE IMPLICATIONS: This study provides a first qualitative fundament for understanding the components of "quality of care" from a triangulated frontline perspective. Future research needs to validate our findings with quantitative data to explore their usefulness for completing existing quality frameworks.
