Otimizando o controle de infecções e a discussão à beira do leito sobre a administração de antimicrobianos: uma revisão de escopo das evidências existentes sobre a comunicação efetiva no cuidado de saúde hospitalar
Contexto: A relação entre comunicação entre profissionais da saúde, trabalho em equipe e segurança do paciente está bem estabelecida. Os processos de prevenção e controle de infecções (PCI) e gestão do uso de antimicrobianos (GUA) exigem trabalho em equipe e comunicação multidisciplinar. Objetivos: Realizamos uma revisão de escopo das evidências publicadas sobre mecanismos eficazes de comunicação em equipe entre profissionais da saúde em hospitais, com o objetivo de transferir e adaptar esses aprendizados para a comunicação em equipes de PCI e GUA. Métodos: Fizemos pesquisas nas bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science e CINAHL em busca de estudos que investigassem a comunicação em equipes de profissionais da saúde ao longo dos itinerários dos pacientes no hospital. Incluímos estudos publicados entre 2000 e 2021 que descrevessem ou apresentassem evidências sobre o efeito da comunicação nos resultados ligados às equipes ou aos pacientes no hospital. Utilizando um processo de análise de conteúdo indutiva e qualitativa, identificamos os principais temas presentes nos estudos incluídos. Resultados: Identificamos 537 estudos, dos quais 53 (de países de alta renda) foram incluídos na extração de dados. Ao todo, 51% (27/53) dos estudos foram realizados em ambientes de alta acuidade, tais como unidades de terapia intensiva. O objetivo mais comum das intervenções foi padronizar ou estruturar o conteúdo e/ou o processo de comunicação em equipe (34/53, 64%). Os desfechos principais estiveram centrados na comunicação em equipe (25/34, 74%) ou em resultados relacionados a pacientes e processos (8/34, 24%), tais como a redução no tempo de ventilação mecânica, de internação hospitalar e de antibioticoterapia empírica. Quatro estudos (4/53, 8%) associaram melhorias na comunicação a resultados positivos relacionados a PCI e GUA. Os estudos intervencionistas de métodos mistos se concentraram principalmente em facilitar as contribuições colaborativas dos profissionais da saúde e aplicaram estruturas para padronizar o conteúdo das discussões sobre o cuidado prestado ao paciente, enquanto os estudos observacionais descreveram componentes da comunicação em equipe. Conclusões: Uma estratégia de comunicação que formalize as contribuições dos membros da equipe multidisciplinar pode levar a discussões clínicas otimizadas e consistentes, inclusive no cuidado relacionado a PCI e GUA. Embora não tenha sido possível avaliar a efetividade das intervenções, as evidências existentes sugerem que a otimização da comunicação em equipe pode ter um efeito positivo nos resultados de saúde relacionados a infecções.
Background: The link between healthcare worker (HCW) communication, teamwork and patient safety is well-established. Infection prevention and control (IPC) and antimicrobial stewardship (AMS) require multidisciplinary teamwork and communication. Objectives: We conducted a scoping review of published evidence on effective mechanisms of HCW team communication in hospitals with the intention of transferring and tailoring learning to IPC and AMS team communication. Methods: PubMed, Scopus, Web of Science, and CINAHL were searched for studies that investigated HCW team communication across in-hospital patient pathways. Studies published between 2000 and 2021 that provided evidence on/or described the effect of communication on team and patient outcomes in hospital were included. Through a process of inductive qualitative content analysis, key themes in the included studies were identified. Results: Of 537 studies identified, 53 (from high-income countries) were included in the data extraction. Fifty one percent (27/53) of studies were conducted in high acuity settings e.g., intensive care units. Standardizing or structuring the content and/or process of team communication was the most common goal of interventions (34/53, 64%). The key outcome measures were either team communication focused (25/34,74%) or patient and process outcome focused (8/34, 24%), such as reduced length of mechanical ventilation days, length of hospital stay, and shorter empiric antibiotic duration. Four studies (4/53, 8%) associated improved communication with positive IPC and AMS outcome measures. Mixed method intervention studies primarily facilitated collaborative input from HCWs and applied structures to standardize the content of patient care discussions, whereas observational studies describe component of team communication. Conclusions: A communication strategy that formalizes input from multidisciplinary team members can lead to optimized and consistent clinical discussion including in IPC and AMS-related care. Although we were unable to assess the effectiveness of interventions, the existing evidence suggests that optimizing team communication can have a positive effect on infection-related patient outcomes.
