Otimização da prescrição eletrônica em hospitais através da interoperabilidade de sistemas e processos

Catherine Heeney ; Matt Bouamrane ; Stephen Malden ; Kathrin Cresswell ; Robin Williams ; Aziz Sheikh
Título original:
Optimising ePrescribing in hospitals through the interoperability of systems and processes: a qualitative study in the UK, US, Norway and the Netherlands
Resumo:

Contexto: O investimento na implementação de sistemas hospitalares de prescrição eletrônica tem sido uma prioridade em muitos países economicamente desenvolvidos, com o objetivo de modernizar a prestação do cuidado de saúde. No entanto, para obter ganhos máximos em termos de segurança, qualidade e eficiência do cuidado, será preciso otimizar os sistemas de prescrição eletrônica no contexto local. As barreiras típicas ao uso ideal dos sistemas estão frequentemente ligadas à falta de capacidade sistêmica e preparação para atender aos requisitos de interoperabilidade em vários níveis, incluindo dados, sistemas e serviços. Essa falta de interoperabilidade sistêmica, por sua vez, pode limitar as oportunidades e os benefícios potencialmente decorrentes da implementação de novos sistemas digitais no cuidado de saúde. Métodos: Realizamos 54 entrevistas qualitativas com profissionais relevantes em nove hospitais com sistemas digitais avançados no Reino Unido, EUA, Noruega e Holanda. Incluímos hospitais que utilizavam sistemas de última geração, com interfaces locais, e sistemas integrados de prontuários médicos eletrônicos com múltiplos componentes. Analisamos os dados de forma indutiva, examinando as estratégias e limitações para a interoperabilidade da prescrição eletrônica dentro dos sistemas hospitalares e para além deles. Resultados: A nossa análise temática identificou 4 dimensões principais para melhorar a interoperabilidade dos sistemas de prescrição eletrônica: (1) melhorar a segurança do paciente, (2) melhorar a integração e continuidade do cuidado, (3) otimizar os itinerários de cuidado e oferecer apoio personalizado à decisão clínica para atender às prioridades de cuidado locais e contextualizadas e (4) permitir a interoperabilidade total dos serviços de atenção ao paciente em uma variedade de ambientes e contextos. Essas 4 dimensões da interoperabilidade nem sempre recebem o mesmo grau de atenção em cada centro, o que frequentemente depende do contexto nacional, político, organizacional ou técnico específico para a implementação da prescrição eletrônica. Os objetivos de segurança e eficiência motivam a otimização direcionada à infraestrutura e governança em todos os níveis. As limitações à interoperabilidade se originam em fatores como os sistemas anteriores usados nas instituições, mas as barreiras à interoperabilidade dos processos têm origem nas capacidades dos sistemas, nas políticas hospitalares e na cultura do pessoal. Conclusões: A interoperabilidade é fundamental para tornar os sistemas de prescrição eletrônica seguros e utilizáveis. Existem recursos de dados nos níveis macro, meso e micro, assim como intervenções de governança necessárias para alcançar a interoperabilidade dos sistemas. Objetivos estratégicos, especialmente a melhoria da segurança, frequentemente motivam os hospitais a buscar a evolução em toda a arquitetura de dados da qual fazem parte. No entanto, os hospitais percorrem esse terreno com vários graus de coordenação centralizada. Os hospitais são muito dependentes da adesão por parte dos profissionais para desenvolver a interoperabilidade dos sistemas de modo a alcançar a eficácia no uso e compartilhamento de dados. Os resultados positivos dependem de uma cultura de consenso sobre a utilidade do acesso pelos interessados, incluindo os profissionais que prescrevem medicamentos, formuladores de políticas, prestadores de serviços e técnicos de laboratório, o que se reflete em um alinhamento dos objetivos de governança com o design do sistema. 
 

Resumo Original:

Background: Investment in the implementation of hospital ePrescribing systems has been a priority in many economically-developed countries in order to modernise the delivery of healthcare. However, maximum gains in the safety, quality and efficiency of care are unlikely to be fully realised unless ePrescribing systems are further optimised in a local context. Typical barriers to optimal use are often encountered in relation to a lack of systemic capacity and preparedness to meet various levels of interoperability requirements, including at the data, systems and services levels. This lack of systemic interoperability may in turn limit the opportunities and benefits potentially arising from implementing novel digital heath systems. Methods: We undertook n = 54 qualitative interviews with key stakeholders at nine digitally advanced hospital sites across the UK, US, Norway and the Netherlands. We included hospitals featuring ‘standalone, best of breed’ systems, which were interfaced locally, and multi-component and integrated electronic health record enterprise systems. We analysed the data inductively, looking at strategies and constraints for ePrescribing interoperability within and beyond hospital systems. Results: Our thematic analysis identified 4 main drivers for increasing ePrescribing systems interoperability: (1) improving patient safety (2) improving integration & continuity of care (3) optimising care pathways and providing tailored decision support to meet local and contextualised care priorities and (4) to enable full patient care services interoperability in a variety of settings and contexts. These 4 interoperability dimensions were not always pursued equally at each implementation site, and these were often dependent on the specific national, policy, organisational or technical contexts of the ePrescribing implementations. Safety and efficiency objectives drove optimisation targeted at infrastructure and governance at all levels. Constraints to interoperability came from factors such as legacy systems, but barriers to interoperability of processes came from system capability, hospital policy and staff culture. Conclusions: Achieving interoperability is key in making ePrescribing systems both safe and useable. Data resources exist at macro, meso and micro levels, as do the governance interventions necessary to achieve system interoperability. Strategic objectives, most notably improved safety, often motivated hospitals to push for evolution across the entire data architecture of which they formed a part. However, hospitals negotiated this terrain with varying degrees of centralised coordination. Hospitals were heavily reliant on staff buy-in to ensure that systems interoperability was built upon to achieve effective data sharing and use. Positive outcomes were founded on a culture of agreement about the usefulness of access by stakeholders, including prescribers, policymakers, vendors and lab technicians, which was reflected in an alignment of governance goals with system design. 

Fonte:
BMC medical informatics and decision making ; 23: 211; 2024. DOI: doi.org/10.1186/s12911-023-02316-y.