Pode não ser fácil aprender com as indústrias de alto risco: estudo qualitativo sobre uma hierarquia de controles de riscos no cuidado de saúde

LIBERATI, E.G. ; PEERALLY, M. F. ; DIXON-WOODS, M.
Título original:
Learning from high risk industries may not be straightforward: a qualitative study of the hierarchy of risk controls approach in healthcare
Resumo:

Objetivo: Embora o cuidado de saúde seja frequentemente instado a aprender com as indústrias de “alta confiabilidade”, a adoção das ferramentas e técnicas desses setores pode não ser muito fácil. Procuramos examinar uma hierarquia de controles de riscos usada em indústrias de alto risco para classificar as intervenções de acordo com a sua suposta efetividade na redução de riscos e amplamente defendida como uma metodologia adequada para o cuidado de saúde.

Desenho: Classificação dos controles de riscos propostos por equipes clínicas após a detecção proativa de riscos em seus sistemas clínicos. A classificação se baseou em uma hierarquia de controles amplamente utilizada, que foi desenvolvida pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) dos EUA.

Ambiente e participantes: Diversos ambientes clínicos em quatro hospitais do NHS inglês.

Resultados: As quatro equipes clínicas do estudo planejaram um total de 42 controles de riscos destinados a abordar riscos de segurança. A maioria (n=35) poderia ser classificada como controles administrativos, que são o tipo mais fraco de intervenção de acordo com a abordagem da hierarquia de controles. Seis controles de riscos foram classificados como controles de “engenharia”, que constituem o nível intermediário da hierarquia. Só um controle de riscos foi classificado como “substituição” – o tipo mais forte de intervenção segundo a hierarquia.

Conclusões: Muitos dos controles de riscos introduzidos por equipes clínicas podem ficar agrupados no extremo mais fraco de uma hierarquia de controles bem estabelecida. No entanto, não está muito claro se a abordagem da hierarquia de controles, na sua formulação atual, é útil para as especificidades do cuidado de saúde. O uso de modelos hierárquicos inadequados para orientar a seleção de intervenções de segurança pode levar à perda de oportunidades valiosas para a melhoria da segurança. Embora as lições aprendidas com outras indústrias possam ser úteis, devem ser usadas com cautela.

Resumo Original:

Objective: Though healthcare is often exhorted to learn from 'high-reliability' industries, adopting tools and techniques from those sectors may not be straightforward. We sought to examine the hierarchies of risk controls approach, used in high-risk industries to rank interventions according to supposed effectiveness in reducing risk, and widely advocated as appropriate for healthcare.

Design: Classification of risk controls proposed by clinical teams following proactive detection of hazards in their clinical systems. Classification was based on a widely used hierarchy of controls developed by the US National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH).

Setting and  participants: A range of clinical settings in four English NHS hospitals.

Results: The four clinical teams in our study planned a total of 42 risk controls aimed at addressing safety hazards. Most (n = 35) could be classed as administrative controls, thus qualifying among the weakest type of interventions according to the HoC approach. Six risk controls qualified as 'engineering' controls, i.e. the intermediate level of the hierarchy. Only risk control qualified as 'substitution', classified as the strongest type of intervention by the HoC.

Conclusions: Many risk controls introduced by clinical teams may cluster towards the apparently weaker end of an established hierarchy of controls. Less clear is whether the HoC approach as currently formulated is useful for the specifics of healthcare. Valuable opportunities for safety improvement may be lost if inappropriate hierarchical models are used to guide the selection of patient safety improvement interventions. Though learning from other industries may be useful, caution is needed.

Fonte:
International Journal for Quality in Health Care : Journal of the International Society for Quality in Health Care / ISQua. ; 30(1): 39-43; 2018. DOI: 10.1093/intqhc/mzx163.