Possíveis erros de medicação associados à preparação de prescrições computadorizadas

VILLAMANÁN, E. ; LARRUBIA, Y. ; RUANO, M. ; VÉLEZ, M. ; ARMADA, E. ; HERRERO, A. ; ÁLVAREZ-SALA, R.
Título original:
Potential medication errors associated with computer prescriber order entry
Resumo:

Introdução: Este estudo teve como objetivo avaliar a frequência de erros de medicação (EMs) induzidos ou potencializados por sistemas de prescrição médica computadorizada (PMC). Também foram avaliados o tipo de erro, as classes de medicamentos envolvidas, a especialidade, os resultados do cuidado e as falhas sistêmicas.

Métodos: Estudo quantitativo observacional num grande centro médico terciário durante o mês de março de 2012, 3 anos após a implementação de um sistema de PMC. Um grupo de farmacêuticos detectou EMs associados à PMC (erros que não teriam ocorrido se o médico tivesse feito uma prescrição manual) ou não associados à PMC em tratamentos farmacológicos de pacientes internados em serviços de 13 especialidades (421 leitos). As principais medidas de desfecho foram os EMs associados ou não associados à PMC.

Resultados: Encontramos 714 EMs em 85.857 prescrições de medicamentos (taxa de erros, 0,8%; IC 95%, 0,6-0,7). A porcentagem de erros associados à PMC foi de 77,7%. Os principais tipos de erro relacionados à PMC foram a escolha de medicamentos errados (20,9%) e a introdução inadequada de dados (20,3%). Falhas com medicamentos prescritos na atenção primária e não disponíveis na farmácia hospitalar ocorreram em 21,6% de todos os EMs. A frequência de erros em especialidades cirúrgicas foi duas vezes maior do que em especialidades clínicas (1,2 vs. 0,6%). A maior parte dos EMs associados à PMC consistiu em erros potenciais (90%). Durante o estudo, ocorreram quatro falhas sistêmicas.

Conclusões: O uso da PMC minimiza a ocorrência de erros de medicação; no entanto, tais erros continuam a ocorrer. A maior parte dos erros está associada à tecnologia de PMC. Estamos, portanto, diante de um novo desafio para a prevenção de EMs que requer uma mudança na estratégia de segurança do paciente. A educação continuada dos profissionais que fazem prescrições, a padronização dos programas de prescrição eletrônica e a integração entre os aplicativos computadorizados hospitalares e destes com a atenção primária devem ser considerados prioridades.

Resumo Original:

Introduction: To assess the frequency of medication errors (ME) induced or enhanced by computerized physician order entry (CPOE). Error type, drug clases involved, specialty, patient outcome and system failures were also evaluated.

Methods: Observational quantitative study in a large tertiary care medical center over March 2012 3 years after CPOE implementation. Pharmacists detected ME associated with CPOE (those that wouldn't have occurred if the clinician had prescribed manually) and unassociated in pharmacological treatments in inpatients of 13 specialties (421 beds). Main outcome measured were ME associated and unassociated with CPOE.

Results: We found 714 ME with 85.857 drug prescriptions (a 0.8 % error rate, 95 % CI 0.6-0.7). Percentage of error associated with CPOE was 77.7 %. The main types  of error related to CPOE were wrong medication selection (20.9 %) and improper data placement (20.3 %). Failures with medications prescribed in primary care, unavailable in the hospital pharmacy, were involved in 21.6 % of all ME. Errors involving surgical specialties were double those involving medical specialties (1.2 vs. 0.6 %). Most ME associated with CPOE were potential errors (90 %). During the study system failures occurred four times.

Conclusions: The use of CPOE minimises the occurrence of medication errors, however, they still occur. Most errors are associated with the CPOE technology. We therefore face a new challenge in the prevention of ME that require a change in strategy for patient safety. Continued training of prescribers, standardization of the electronic prescription programs and integration between computer applications in hospitals and with primary care should be a priority.

Fonte:
International Journal of Clinical Pharmacy ; 35(4): 577-83; 2013. DOI: 10.1007/s11096-013-9771-2.
DECS:
estudos longitudinais, sistemas de registro de ordens médicas, erros médicos, sistemas de medicação no hospital, avaliação de resultados, farmacêuticos, serviço de farmácia hospitalar, centros de atenção terciária