Precauções para profissionais da saúde que atendem pacientes com COVID-19 destinadas a prevenir a transmissão pelo ar ou por gotículas

Prateek Bahl ; Con Doolan ; Charitha de Silva ; Abrar Ahmad Chughtai ; Lydia Bourouiba ; C Raina MacIntyre
Título original:
Airborne or Droplet Precautions for Health Workers Treating Coronavirus Disease 2019?
Resumo:

Resumo
Foram relatados casos de doença do coronavírus de 2019 (COVID-19) em mais de 200 países. Milhares de profissionais da saúde foram infectados, e já ocorreram surtos em hospitais, instituições de longa permanência e prisões. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu diretrizes para precauções de contato e para prevenir a transmissão por gotículas entre profissionais da saúde que atendem pacientes com suspeita de COVID-19, enquanto os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos EUA recomendaram precauções para a transmissão pelo ar. A regra de separação por 1 a 2 metros é crucial para prevenir a transmissão por gotículas e pressupõe que as gotas maiores não percorrem mais de 2 metros. Neste estudo, procuramos rever as evidências sobe a distância horizontal percorrida por gotículas e as diretrizes emitidas pela OMS, os CDC e o Centro Europeu para o Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) relacionadas à proteção respiratória para a COVID-19. Constatamos que a base de evidências das diretrizes atuais é escassa, e os dados disponíveis não corroboram a regra de 1 a 2 metros de separação espacial. Dos dez estudos que examinaram a distância horizontal percorrida pelas gotículas, oito mostraram que as gotas percorrem mais de 2 metros, chegando em alguns casos a percorrer até 8 metros. Vários estudos sobre o SARS-CoV-2 corroboram a transmissão por aerossóis, e um estudo detectou vírus a uma distância de 4 metros do paciente. Além disso, as evidências sugerem que as infecções não podem ser facilmente separadas de forma dicotômica com base na transmissão por gotículas ou pelo ar. Os estudos disponíveis também mostram que o SARS-CoV-2 pode ser detectado no ar e permanecer viável 3 horas após a formação do aerossol. O peso das evidências combinadas corrobora o uso de precauções para a transmissão pelo ar a fim de garantir a saúde ocupacional e a segurança dos profissionais da saúde que atendem pacientes com COVID-19.
 

Resumo Original:

Abstract
Cases of coronavirus disease 2019 (COVID-19) have been reported in more than 200 countries. Thousands of health workers have been infected, and outbreaks have occurred in hospitals, aged care facilities, and prisons. The World Health Organization (WHO) has issued guidelines for contact and droplet precautions for healthcare workers caring for suspected COVID-19 patients, whereas the US Centers for Disease Control and Prevention (CDC) has initially recommended airborne precautions. The 1- to 2-meter (≈3-6 feet) rule of spatial separation is central to droplet precautions and assumes that large droplets do not travel further than 2 meters (≈6 feet). We aimed to review the evidence for horizontal distance traveled by droplets and the guidelines issued by the WHO, CDC, and European Centre for Disease Prevention and Control on respiratory protection for COVID-19. We found that the evidence base for current guidelines is sparse, and the available data do not support the 1- to 2-meter (≈3-6 feet) rule of spatial separation. Of 10 studies on horizontal droplet distance, 8 showed droplets travel more than 2 meters (≈6 feet), in some cases up to 8 meters (≈26 feet). Several studies of severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) support aerosol transmission, and 1 study documented virus at a distance of 4 meters (≈13 feet) from the patient. Moreover, evidence suggests that infections cannot neatly be separated into the dichotomy of droplet versus airborne transmission routes. Available studies also show that SARS-CoV-2 can be detected in the air and remain viable 3 hours after aerosolization. The weight of combined evidence supports airborne precautions for the occupational health and safety of health workers treating patients with COVID-19.
 

Fonte:
International Journal of Infectious Diseases ; 225(9): 1561-1568.; 2022. DOI: 10.1093/infdis/jiaa189..