Princípios de automação para a segurança do paciente em terapia intensiva: lições da aviação

Dominiczak J ; Khansa L
Título original:
Principles of Automation for Patient Safety in Intensive Care: Learning From Aviation
Resumo:

CONTEXTO: A transição da documentação escrita e dos métodos analógicos abriu a possibilidade de utilizar a ciência da informação e técnicas analíticas para melhorar o cuidado de saúde. Na implementação de técnicas e metodologias da ciência da informação, pacientes com alta acuidade na UTI podem ser particularmente beneficiados. O referencial Princípios de Automação para a Segurança do Paciente em Terapia Intensiva (Principles of Automation for Patient Safety in Intensive Care, PASPIC) baseia-se nos princípios de Billings para a automação da aviação centrada no ser humano (Human-Centered Aviation, HCA) e ajuda a identificar as vantagens, as armadilhas e as consequências inesperadas da automação no cuidado de saúde. O REFERENCIAL E AS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: Os princípios de Billings para a HCA baseiam-se na premissa de que os operadores humanos devem permanecer “no comando”, sendo continuamente informados e envolvidos ativamente em todos os aspectos da operação dos sistemas. Os sistemas automatizados também devem ser previsíveis, de fácil treinamento, aprendizagem e operação e capazes de monitorar os operadores humanos; além disso, cada elemento inteligente do sistema deve conhecer a intenção dos outros elementos inteligentes. Ao aplicar os princípios de Billings para a HCA aos ambientes de terapia intensiva, o PAPSIC tem três características principais: (1) integração e melhor interoperabilidade, (2) análise multidimensional e (3) maior consciência situacional. RECOMENDAÇÕES: O PAPSIC sugere que os profissionais da saúde reduzam a sua confiança excessiva na automação e implementem a “automação cooperativa”; recomenda também que os fornecedores reduzam a ocorrência de erros de modo que assegurem a interoperabilidade. CONCLUSÃO: Podemos aprender muitas lições com a indústria da aviação na automação de ambientes de terapia intensiva. Ao combinar a tecnologia “inteligente” com os controles necessários para lidar com consequências inesperadas, o PAPSIC pode promover processos de tomada de decisão mais embasados e uma melhor atenção ao paciente na UTI.

Resumo Original:

BACKGROUND: The transition away from written documentation and analog methods has opened up the possibility of leveraging data science and analytic techniques to improve health care. In the implementation of data science techniques and methodologies, high-acuity patients in the ICU can particularly benefit. The Principles of Automation for Patient Safety in Intensive Care (PASPIC) framework draws on Billings's principles of human-centered aviation (HCA) automation and helps in identifying the advantages, pitfalls, and unintended consequences of automation in health care. THE FRAMEWORK AND ITS KEY CHARACTERISTICS: Billings's HCA principles are based on the premise that human operators must remain "in command," so that they are continuously informed and actively involved in all aspects of system operations. In addition, automated systems need to be predictable, simple to train, to learn, and to operate, and must be able to monitor the human operators, and every intelligent system element must know the intent of other intelligent system elements. In applying Billings's HCA principles to the ICU setting, PAPSIC has three key characteristics: (1) integration and better interoperability, (2) multidimensional analysis, and (3) enhanced situation awareness. RECOMMENDATIONS: PAPSIC suggests that health care professionals reduce overreliance on automation and implement "cooperative automation" and that vendors reduce mode errors and embrace interoperability. CONCLUSION: Much can be learned from the aviation industry in automating the ICU. Because it combines "smart" technology with the necessary controls to withstand unintended consequences, PAPSIC could help ensure more informed decision making in the ICU and better patient care.

Fonte:
The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety ; 44(6): 366-371; 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcjq.2017.11.008.