Promovendo o envolvimento de pacientes e famílias para reduzir a ocorrência de eventos adversos em ambientes de cuidado agudo: uma revisão sistemática

BERGER, Z. ; FLICKINGER, T. E. ; PFOH, E. ; MARTINEZ, K. A. ; DY, S. M.
Título original:
Promoting engagement by patients and families to reduce adverse events in acute care settings: a systematic review
Resumo:

Introdução: A centralidade no paciente é essencial para o cuidado de saúde. Os hospitais devem ter em conta as necessidades únicas dos pacientes para melhorar a segurança e a qualidade. O engajamento dos pacientes no cuidado de saúde, que ajuda a prevenir a ocorrência de eventos adversos, pode ser abordado como uma prática de segurança do paciente (PSP) independente ou como parte de uma PSP multifatorial.

Objetivos. Esta revisão examina a forma como as intervenções destinadas a estimular esse engajamento foram implementadas em estudos controlados.

Métodos: Fizemos pesquisas nas bases de dados Medline, CINAHL, Embase e Cochrane de 2000 a 2012 em busca de estudos controlados e prospectivos em inglês, realizados em ambientes hospitalares, sobre a efetividade da implementação de iniciativas de engajamento de pacientes/famílias em PSPs. Fizemos uma revisão separada sobre intervenções implementadas como parte de PSPs mais amplas, por exemplo: higienização das mãos, pneumonia associada à ventilação mecânica, sistemas de resposta rápida e transições de cuidado.

Resultados: Seis artigos cumpriram os critérios de inclusão, avaliando a efetividade com foco principal no envolvimento dos pacientes. Identificamos 12 estudos sobre a implementação de iniciativas de envolvimento de pacientes como um dos aspectos de PSPs mais amplas. Vários estudos basearam-se na possibilidade de os pacientes notificarem erros aos profissionais de saúde e de serem uma fonte de lembretes sobre comportamentos de segurança. Outros estudos utilizaram a ativação direta dos pacientes ou famílias. Faltam definições sobre o envolvimento de pacientes e famílias. Também faltam evidências sobre os tipos de pacientes que poderiam se sentir confortáveis em se engajar no cuidado junto aos prestadores e em quais contextos.

Conclusões: Embora a ideia de envolver os pacientes na segurança seja interessante, faltam evidências de alta qualidade sobre a implementação desse processo na prática. Os trabalhos futuros deverão avaliar a efetividade das intervenções destinadas a envolver os pacientes e as famílias e deverão esclarecer quais são os benefícios de implementar essas iniciativas de envolvimento como parte de abordagens multifacetadas para melhorar os resultados relacionados à segurança do paciente. Além disso, é preciso investigar estratégias para avaliar e superar as barreiras ao engajamento ativo dos pacientes no seu próprio cuidado.

Resumo Original:

Introduction: Patient-centeredness is central to healthcare. Hospitals should address patients’ unique needs to improve safety and quality. Patient engagement in healthcare, which may help prevent adverse events, can be approached as an independent patient safety practice (PSP) or as part of a multifactorial PSP.

Objectives: This review examines how interventions encouraging this engagement have been implemented in controlled trials.

Methods: We searched Medline, CINAHL, Embase and Cochrane from 2000 to 2012 for English language studies in hospital settings with prospective controlled designs, addressing the effectiveness or implementation of patient/family engagement in PSPs. We separately reviewed interventions implemented as part of selected broader PSPs by way of example: hand hygiene, ventilator-associated pneumonia, rapid response systems and care transitions.

Results: Six articles met the inclusion criteria for effectiveness with a primary focus on patient engagement. We identified 12 studies implementing patient engagement as an aspect of selected broader PSPs. A number of studies relied on patients’ possible function as a reporter of error to healthcare workers and patients as a source of reminders regarding safety behaviours, while others relied on direct activation of patients or families. Definitions of patient and family engagement were lacking, as well as evidence regarding the types of patients who might feel comfortable engaging with providers, and in what contexts.

Conclusions: While patient engagement in safety is appealing, there is insufficient high-quality evidence informing real-world implementation. Further work should evaluate the effectiveness of interventions on patient and family engagement and clarify the added benefit of incorporating engagement in multifaceted approaches to improve patient safety endpoints. In addition, strategies to assess and overcome barriers to patients’ willingness to actively engage in their care should be investigated.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 23(7): 548-555; 2014. DOI: 10.1136/bmjqs-2012-001769.