Qualidade e força do clima de segurança do paciente em unidades clínico-cirúrgicas
Contexto: A descrição do clima de segurança em hospitais é um importante primeiro passo para a criação de ambientes de trabalho nos quais a segurança é uma prioridade. Ainda assim, sabe-se pouco sobre o clima de segurança do paciente em unidades clínico-cirúrgicas.
Objetivos: Os objetivos do estudo foram descrever a qualidade e a força do clima de segurança do paciente em unidades clínico-cirúrgicas e examinar características dos hospitais e das unidades associadas a esse clima.
Metodologia: Os dados foram provenientes de um estudo organizacional de maior dimensão destinado a investigar a relação entre as características dos hospitais e das unidades e os resultados ligados à organização, aos enfermeiros e aos pacientes. A amostra deste estudo incluiu 3.689 enfermeiros em 286 unidades clínico-cirúrgicas de 146 hospitais.
Resultados: O comprometimento dos grupos de enfermeiros e dos gerentes com a segurança foram os dois atributos que mais afetaram positivamente o clima de segurança do paciente. Entretanto, questões ligadas ao equilíbrio entre os deveres do cargo e a adesão à segurança e a relutância dos enfermeiros em revelar a ocorrência de erros continuam a ser problemáticas. Os enfermeiros de hospitais certificados pelo programa Magnet demonstraram uma maior propensão a comunicar erros e a participar da resolução de problemas relacionados aos erros. Os enfermeiros de unidades menores e de unidades com menor complexidade de trabalho relataram uma maior adesão à segurança e demonstraram uma maior propensão a comunicar e revelar a ocorrência de erros. Os enfermeiros de unidades menores também relataram um maior comprometimento com a segurança do paciente e uma maior participação na resolução de problemas relacionados aos erros.
Implicações práticas: O comprometimento das equipes de enfermagem com a segurança é um recurso valioso que pode ser explorado para promover um senso de responsabilidade pessoal e de apropriação partilhada da segurança do paciente. Os gerentes podem tirar proveito desse comprometimento promovendo um ambiente de trabalho que estimule o controle sobre a prática de enfermagem e a participação ativa nas decisões da unidade e criando canais de comunicação que aumentem o envolvimento dos enfermeiros na identificação de questões de segurança do paciente, na priorização dos objetivos de segurança ao nível da unidade e na resolução de problemas operacionais quotidianos que representem riscos para a segurança do paciente.
Background: Describing the safety climate in hospitals is an important first step in creating work environments where safety is a priority. Yet, little is known about the patient safety climate on medical-surgical units.
Purposes: Study purposes were to describe quality and strength of the patient safety climate on medical-surgical units and explore hospital and unit characteristics associated with this climate.
Methodology: Data came from a larger organizational study to investigate hospital and unit characteristics associated with organizational, nurse, and patient outcomes. The sample for this study was 3,689 RNs on 286 medical-surgical units in 146 hospitals.
Findings: Nursing workgroup and managerial commitment to safety were the two most strongly positive attributes of the patient safety climate. However, issues surrounding the balance between job duties and safety compliance and nurses' reluctance to reveal errors continue to be problematic. Nurses in Magnet hospitals were more likely to communicate about errors and participate in error-related problem solving. Nurses on smaller units and units with lower work complexity reported greater safety compliance and were more likely to communicate about and reveal errors. Nurses on smaller units also reported greater commitment to patient safety and participation in error-related problem solving.
Practice implications: workgroup commitment to safety is a valuable resource that can be leveraged to promote a sense of personal responsibility for and shared ownership of patient safety. Managers can capitalize on this commitment by promoting a work environment in which control over nursing practice and active participation in unit decisions are encouraged and by developing channels of communication that increase staff nurse involvement in identifying patient safety issues, prioritizing unit-level safety goals, and resolving day-to-day operational problems the have the potential to jeopardize patient safety.
