Quantidades reduzidas limitam o uso dos indicadores de qualidade pediátrica dos pacientes internados para comparação entre hospitais

BARDACH, N. S. ; CHIEN, A. T. ; DUDLEY, R. A.
Título original:
Small numbers limit the use of the inpatient pediatric quality indicators for hospital comparison
Resumo:

Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar o percentual de hospitais com tamanhos de amostra adequados para uma comparação significativa do desempenho usando os indicadores pediátricos de qualidade (PDIs na sigla em inglês) da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ). Estes indicadores, que medem eventos adversos em pacientes internados em pediatria, tais como taxa de ulceração por decúbito dorsal (úlceras por pressão) e infecções relacionadas à assistência à saúde, foram aprovados em nível nacional e estão sendo divulgados para o público em pelo menos 2 estados.

Métodos: Realizamos uma análise de todas as altas hospitalares no Estado da Califórnia, entre 2005 e 2007, de pacientes com idade inferior a 18 anos. Para 9 PDIs de nível hospitalar, após exclusão das altas com indicação de PDIs presentes no momento da internação, determinamos para cada um o volume de pacientes pediátricos que se encaixavam nas medidas de cada hospital, a taxa média estadual e o percentual de hospitais com volume adequado para identificar uma taxa de eventos adversos duas vezes maior do que a média estadual.

Resultados: As taxas não ajustadas de eventos na Califórnia para PDIs durante o período do estudo (N = 2.333.556 altas)
foram de 0,2 a 38 por cada 1.000 altas. As taxas de eventos para medidas específicas foram, por exemplo, de 0,2 por 1.000 (pneumotórax iatrogênico em não-recém nascidos), 19 por 1.000 (sepsis pós-operatória) e 38 por 1.000 (mortalidade decorrente de cirurgia cardíaca pediátrica), exigindo volumes de pacientes de 49.869, 419, 201 para detectar uma taxa de eventos duas vezes maior que a média estadual; 0%, 6,6% e 25%, respectivamente, dos hospitais da Califórnia tiveram esse volume pediátrico.

Conclusão: Usando essas medidas de qualidade do atendimento ao paciente pediátrico internado, definidas pela AHRQ e endossadas no âmbito nacional, não seria possível identificar muitos hospitais com desempenho duas vezes pior do que a média estadual pelo fato de a frequência desses eventos ser extremamente baixa e, simultaneamente, requerer um volume muito elevado de pacientes para estudo.

Resumo Original:

Objective: The aim of this study was to determine the percentage of hospitals with adequate sample size to meaningfully compare performance by using the Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) pediatric quality indicators (PDIs), which measure pediatric inpatient adverse events such as decubitus ulcer rate and infections due to medical care, have been nationally endorsed, and are currently publicly reported in at least 2 states.

Methods: We performed a cross-sectional analysis of California hospital discharges from 2005-2007 for patients aged <18 years. For 9 hospital-level PDIs, after excluding discharges with PDIs indicated as present on admission, we determined for each PDI the volume of eligible pediatric patients for each measure at each hospital, the statewide mean rate, and the percentage of hospitals with adequate volume to identify an adverse event rate twice the statewide mean.

Results: Unadjusted California-wide event rates for PDIs during the study period (N = 2 333 556 discharges) were 0.2 to 38 per 1000 discharges. Event rates for specific measures were, for example, 0.2 per 1000 (iatrogenic pneumothorax in non-neonates), 19 per 1000 (postoperative sepsis), and 38 per 1000 (pediatric heart surgery mortality), requiring patient volumes of 49 869, 419, and 201 to detect an event rate twice the statewide average; 0%, 6.6%, and 25%, respectively, of California hospitals had this pediatric volume.

Conclusion: Using these AHRQ-developed, nationally endorsed measures of the quality of inpatient pediatric care, one would not be able to identify many hospitals with performance 2 times worse than the statewide average due to extremely low event rates and inadequate pediatric hospital volume.

Fonte:
Academic Pediatrics ; 10(4): 266-73; 2010. DOI: 10.1016/j.acap.2010.04.025.