Quartos particulares para pacientes e infecção hospitalar por Staphylococcus aureus resistente à meticilina: uma análise de dados administrativos nos Estados Unidos ao nível do hospital

Sae-Hwan Park ; Erica L. Stockbridge ; Thaddeus L. Miller ; Liam O’Neill
Título original:
Private patient rooms and hospital-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus: A hospital-level analysis of administrative data from the United States
Resumo:

OBJETIVO: Utilizamos dados de hospitais dos EUA para determinar se os quartos privados de pacientes (QPPs) estão associados a uma menor ocorrência de infecções hospitalares por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). MÉTODOS: Analisamos retrospectivamente uma base de dados pública sobre pacientes internados no Texas que tiveram alta entre setembro de 2015 e agosto de 2016, combinados aos dados do inquérito anual da American Hospital Association. Usamos a regressão binomial negativa para estimar a associação entre a proporção de QPPs em um hospital e o número de pacientes que apresentaram infecção hospitalar por MRSA, fazendo o ajuste para possíveis variáveis de confusão. RESULTADOS: Analisamos os dados de 340 hospitais e 2.670.855 altas hospitalares. A incidência de MRSA nesses hospitais foi de 386 por 100.000 altas hospitalares (IC 95%: 379 a 393). Em média, 62,73% (IC 95%: 58,99 a 66,46) dos quartos desses hospitais eram privados. Os QPPs estiveram significativamente associados a uma menor ocorrência de infecções hospitalares por MRSA (RRI não ajustada de 0,973, IC 95%: 0,968 a 0,979; RRI ajustada de 0,992, IC 95%: 0,991 a 0,994; p<0,001 para ambas); ao nível do hospital, à medida que a proporção de QPPs aumentou, as taxas de infecção hospitalar por MRSA diminuíram. Esta associação foi não linear; em hospitais com poucos QPPs houve uma associação mais forte entre a proporção de QPPs e a taxa de infecção por MRSA do que nos hospitais com muitos QPPs. CONCLUSÃO: Constatamos que a taxa de infecção hospitalar por MRSA diminuiu em 0,8% para cada 1% de aumento na proporção de QPPs no hospital, sugerindo que os quartos privados protegem significativamente contra a infecção hospitalar por MRSA. Pequenas alterações podem não induzir melhorias significativas na incidência de infecção hospitalar por MRSA, e os hospitais que pretendem alcançar benefícios tangíveis na redução de infecções adquiridas no hospital provavelmente terão que aumentar consideravelmente a proporção de QPPs através de reformas em grande escala. O efeito dos quartos privados é desproporcional entre os hospitais. Os hospitais com uma menor proporção de QPPs são os que mais ganham com a criação de QPPs adicionais, enquanto os que já apresentam uma grande proporção de QPPs provavelmente não obterão grandes benefícios. Estes resultados permitem que os administradores hospitalares considerem os benefícios potenciais para a segurança do paciente ao tomarem decisões sobre o design e a reforma das instalações.
 

Resumo Original:

OBJECTIVE: To use hospital-level data from the US to determine whether private patient rooms (PPRs) are associated with fewer in hospital-acquired methicillin-resistant Staphylococcus aureus (HA-MRSA) infections. METHODS: We retrospectively analyzed Texas Inpatient Public Use Data with discharges between September 2015 and August 2016 merged with American Hospital Association annual survey data. We used negative binomial regression to estimate the association between the proportion of PPRs within a hospital and the count of discharges with HA-MRSA infections, adjusting for potentially confounding variables. RESULTS: We analyzed data for 340 hospitals and 2,670,855 discharges. HA-MRSA incidence within these hospitals was 386 per 100,000 discharges (95% CI: 379, 393) and, on average, 62.73% (95% CI: 58.99, 66.46) of rooms in these hospitals were PPRs. PPRs were significantly associated with fewer HA-MRSA infections (unadjusted IRR = 0.973, 95% CI: 0.968, 0.979; adjusted IRR = 0.992, 95% CI: 0.991, 0.994; p<0.001 for both); at the hospital level, as the percentage of PPRs increased, HA-MRSA infection rates decreased. This association was non-linear; in hospitals with few PPRs there was a stronger association between PPRs and HA-MRSA infection rate relative to hospitals with many PPRs. CONCLUSION: We identified 0.8% fewer HA-MRSA infections for each 1% increase in PPRs as a proportion of all rooms, suggesting that private rooms provide substantial protection from HA-MRSA. Small changes may not induce significant improvements in HA-MRSA incidence, and hospitals seeking tangible benefits in HAI reduction likely need to markedly increase the proportion of PPRs through large-scale renovations. The effect of private rooms is disproportionate across hospitals. Hospitals with proportionately fewer PPRs stand to gain the most from adding additional PPRs, while those with an already high proportion of PPRs are unlikely to see large benefits. Our findings enable hospital administrators to consider potential patient safety benefits as they make decisions about facility design and renovation.
 

Fonte:
PLoS ONE ; 2020. DOI: doi.org/10.1371/journal.pone.0235754.