Revisão de escopo de estudos empíricos submetidos à revisão por pares sobre a implementação da teoria das organizações de alta confiabilidade

A teoria das Organizações de Alta Confiabilidade (OACs) surgiu do estudo de usinas nucleares e serviços de controle de tráfego aéreo que, apesar de sua complexidade e operações inerentemente arriscadas, não sofrem muitos acidentes graves. Após décadas de conceptualização da teoria das OACs, o objetivo desta revisão de escopo foi identificar e analisar estudos empíricos para mapear como a teoria é aplicada na prática de forma unificada e coesa e seus resultados avaliados. Embora muitas publicações se refiram à busca da confiabilidade ou a abordagens semelhantes às utilizadas por OACs, a busca e a triagem de artigos em quatro grandes bases de dados científicos revelaram apenas cinco estudos com aplicações empíricas da teoria das OACs, dos quais três foram realizados no setor da saúde. Os instrumentos de avaliação empregados eram específicos do setor e não tinham aplicabilidade em outros setores, e os estudos registraram melhorias em vários indicadores de segurança após a implementação. A falta de um corpo teórico coeso, com diretrizes específicas para desenhar e implementar os processos das OACs, e a dificuldade inerente de derivar métodos generalizáveis a outros setores para avaliar o impacto das aplicações de OACs podem representar barreiras a uma pesquisa mais ampla sobre a implementação da teoria das OACs como uma abordagem unificada, o que explica a escassez de estudos empíricos publicados. Ainda assim, considerando o grande número de publicações científicas e da indústria inspiradas na teoria das OACs, mas que empregam um subconjunto e/ou elementos e princípios diferentes e modificados da teoria para abordar diferentes contextos, devemos reconhecer o seu impacto e ressonância como um paradigma de segurança. 

High Reliability Organisations (HRO) theory emerged from the study of nuclear power plants and air traffic control services that, despite their complexity and inherently high-risk operations, did not suffer from many serious accidents. Following decades from the conceptualisation of the HRO theory, the objective of this scoping review was to identify and analyse empirical studies to map how HRO has been practically applied as a unified and cohesive theory and its results evaluated. Although a considerable number of publications refer to reliability-seeking or HRO-like approaches, the search and screening of articles across four major scientific databases revealed only five (5) studies with empirical applications of the HRO theory inclusively, three (3) of which regarded the healthcare sector.. The lack of a cohesive body of theory with specific guidelines to design and implement the HRO processes and the inherent difficulty to derive industry-agnostic methods for evaluating the impact of HRO applications could be barriers to broader research on implementing the HRO theory as a unified approach, leading to the lack of published empirical studies. Nonetheless, when considering the extensive number of scientific and industry publications inspired by the HRO theory but employing a subset and/or different and modified elements and principles of the theory to match different contexts, we should acknowledge its impact and resonance as a safety paradigm.