Rondas intencionais: facilitadores, benefícios e obstáculos
Objetivos: Descrever a implementação, a prática e a sustentabilidade das rondas intencionais (RIs) em dois ambientes diferentes (cuidado de idosos e maternidades).
Contexto: O perfil dos pacientes em hospitais tem mudado ao longo do tempo; de modo geral, os pacientes têm doenças mais graves, o que gera fortes pressões sobre o tempo dos enfermeiros. O cuidado de rotina não urgente muitas vezes só é prestado quando os profissionais têm tempo para tal. Observou-se que as RIs aumentam a satisfação dos pacientes e dos profissionais de saúde, resultando também em melhores resultados ligados aos pacientes, como uma redução na ocorrência de quedas e no uso da campainha para chamar os enfermeiros. As RIs também são usadas como uma ferramenta de gestão do tempo para a prestação segura e confiável do cuidado de rotina.
Métodos: Este estudo qualitativo descritivo envolveu três grupos focais em um hospital metropolitano.
Resultados: Quinze enfermeiros participaram de três grupos focais. A análise temática de suas transcrições literais revelou sete temas principais: implementação e manutenção, funcionamento das RIs, papéis e responsabilidades, contexto e ambiente, benefícios, obstáculos e questões legais.
Conclusão: As RIs foram adotadas rapidamente na prática normal e os profissionais de saúde que lidam diretamente com o paciente foram capazes de descrever seus principais conceitos e práticas. As RIs são vistas como uma ferramenta de gestão, facilitando a responsabilização e promovendo o apoio administrativo contínuo, sendo essenciais para a sua sustentabilidade. Os profissionais de saúde relataram melhorias na satisfação de pacientes e profissionais, bem como a oportunidade de educar os pacientes. Embora o tipo e a acuidade dos pacientes, a disposição das enfermarias e a experiência da equipe de profissionais afetem a prática das RIs, seus princípios são robustos o suficiente para permitir seu uso em enfermarias de distintas especialidades e em diferentes tipos de pacientes. No entanto, é preciso ter cuidado na implementação das RIs, a fim de reduzir o risco de alienar os profissionais experientes. Recomenda-se a inclusão dos registros das RIs nos prontuários.
Relevância para a prática clínica: O envolvimento de todos os profissionais, incentivando-os a se apropriar da gestão e a assegurar sua estabilidade, são fatores fundamentais para a implementação e a manutenção de RIs bem-sucedidas. As RIs são suficientemente flexíveis e robustas para serem utilizadas em pacientes de diferentes tipos e com diversos níveis de acuidade.
Aims and objectives: To describe the implementation, practice and sustainability of Intentional Rounding (IR) within two diverse settings (aged care and maternity).
Background: The profile of patients in hospitals has changed over time, generally being more severe, placing heavy demands on nurses' time. Routine non-urgent care is often provided only when there is time. IR has been found to increase both patient and staff satisfaction, also resulting in improved patient outcomes such as reduced falls and call bell use. IR is also used as a time management tool for safe and reliable provision of routine care.
Methods: This descriptive qualitative research study comprised of three focus groups in a metropolitan hospital.
Results: Fifteen nurses participated in three focus groups. Seven main themes emerged from the thematic analysis of the verbatim transcripts: implementation and maintenance, how IR works, roles and responsibilities, context and environment, benefits, barriers and legal issues.
Conclusion: IR was quickly incorporated into normal practice, with clinicians being able to describe the main concepts and practices. IR was seen as a management tool, facilitating accountability and continuity of management support being essential for sustainability. Clinicians reported increases in patient and staff satisfaction, and the opportunity to provide patient education. While patient type and acuity, ward layout and staff experience affected the practice of IR, the principles of IR are robust enough to allow for differences in the ward specialty and patient type. However, care must be taken when implementing IR to reduce the risk of alienating experienced staff. Incorporation of IR charts into the patient health care record is recommended.
Relevance to clinical practice: Engaging all staff, encouraging ownership and stability of management are key factors in the successful implementation and maintenance of IR. IR is flexible and robust enough to accommodate different patient types and acuity.
