Segurança do paciente no currículo de estudantes de graduação de profissões da saúde: investigações baseadas no estudo de múltiplos casos em oito cursos universitários de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia

CRESSWELL, K. ; HOWE, A. ; STEVEN, A. ; SMITH, P. ; ASHCROFT, D. ; FAIRHURST, K. ; BRADLEY, F.
Título original:
Patient safety in healthcare preregistration educational curricula: multiple case study-based investigations of eight medicine, nursing, pharmacy and physiotherapy university courses
Resumo:

Contexto: Procuramos investigar as maneiras formais e informais pelas quais os estudantes de graduação de Medicina, Enfermagem, Farmácia e profissões da saúde relacionadas aprendem sobre a segurança do paciente.

Métodos: Baseando-nos no referencial de Eraut sobre a aquisição formal e informal de conhecimento profissional, realizamos uma série de estudos de caso qualitativos, comparativos, aprofundados e embasados na teoria em oito cursos universitários. Reunimos documentos relativos às políticas e aos cursos, fizemos entrevistas e grupos focais com educadores, estudantes, profissionais de saúde, pacientes e formuladores de políticas e realizamos observações de estudantes durante os cursos e os estágios profissionais. Analisamos os dados de forma temática, extraindo os temas que surgiam nas diferentes fases da coleta de dados de cada caso, e, posteriormente, fizemos comparações entre diferentes casos.

Resultados: Organizamos 38 grupos focais com um total de 162 participantes, realizamos 82 observações durante atividades de aprendizado ou estágios profissionais e 33 entrevistas semiestruturadas e analisamos 44 documentos-chave. Em geral, a segurança do paciente estava implícita nos currículos ou foi identificada de forma explícita num número limitado de áreas distintas. O aprendizado sobre questões ligadas à segurança do paciente ocorre predominantemente de forma isolada, o que gera poucas oportunidades para o aprendizado interprofissional e para a interligação entre os contextos educacional, prático e político. A presença de profissionais que servem como modelos a ser seguidos na área da segurança do paciente é fundamental para o aprendizado, pois ajuda os estudantes a desenvolver e manter um espírito de segurança consistente; porém, tais profissionais existem em número limitado.

Conclusões: É preciso dar mais importância à indicação de professores de segurança do paciente que atuem como coordenadores curriculares e que sejam estimulados a trabalhar estrategicamente em várias disciplinas e tópicos, ao desenvolvimento de elos mais fortes com os sistemas organizacionais, a fim de promover o envolvimento dos estudantes com a prática de segurança do paciente ao nível da organização, e à presença de profissionais que atuem como modelos de conduta, ajudando os estudantes a fazer a conexão entre as considerações teóricas e a prática clínica de rotina.

Palavras-chave: educação médica, segurança do paciente, cultura de segurança.

Resumo Original:

Background: We sought to investigate the formal and informal ways preregistration students from medicine, nursing, pharmacy and the allied healthcare professions learn about patient safety.

Methods: We drew on Eraut's framework on formal and informal acquisition of professional knowledge to undertake a series of phased theoretically informed, in-depth comparative qualitative case studies of eight university courses. We collected policy and course documentation; interviews and focus groups with educators, students, health service staff, patients and policy makers; and course and work placement observations. Data were analysed thematically extracting emerging themes from different phases of data collection within cases, and then comparing these across cases.

Results:We conducted 38 focus groups with a total of 162 participants, undertook 82 observations of practice placements/learning activities and 33 semistructured interviews, and analysed 44 key documents. Patient safety tended to be either implicit in curricula or explicitly identified in a limited number of discrete topic areas. Students were predominantly taught about safety-related issues in isolation, with the consequence of only limited opportunities for interprofessional learning and bridging the gaps between educational, practice and policy contexts. Although patient safety role models were key to student learning in helping to develop and maintain a consistent safety ethos, their numbers were limited.Conclusions: Consideration needs to be given to the appointment of curriculum leads for patient safety who should be encouraged to work strategically across disciplines and topic areas; development of stronger links with organisational systems to promote student engagement with organisation-based patient safety practice; and role models should help students to make connections between theoretical considerations and routine clinical care.

Keywords: Medical education, Patient safety, Safety culture

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 22(10): 843-854; 2013. DOI: 10.1136/bmjqs-2013-001905.
DECS:
Estudantes/classificação, Segurança do Paciente/normas, Aprendizagem/classificação