Segurança psicológica e hierarquia durante debriefings no centro cirúrgico: uma análise temática reflexiva
Introdução: O debriefing é uma discussão em equipe realizada em um ambiente construtivo e de apoio. Existem barreiras para a realização consistente e eficaz de debriefings em ambientes clínicos, especialmente no centro cirúrgico. O objetivo deste estudo foi examinar as perspectivas dos profissionais da linha de frente sobre como estabelecer uma política eficaz de debriefings em nosso centro cirúrgico. Métodos: Fizemos um estudo qualitativo no qual entrevistamos profissionais do centro cirúrgico em um hospital pediátrico de nível terciário. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e codificadas. Analisamos os dados usando a técnica de análise temática reflexiva, com base em um paradigma de realismo crítico. Resultados: Analisamos as entrevistas de 40 profissionais do centro cirúrgico: 14 enfermeiros, 7 técnicos de anestesia, 7 anestesistas e 12 cirurgiões; 25 (65%) eram mulheres. Os três temas principais foram (1) “compromisso com o aprendizado”: os profissionais da saúde se mostram comprometidos com o trabalho em equipe e a melhoria da qualidade, (2) “este é um espaço seguro”: a segurança psicológica é um pré-requisito para o debriefing, que, ao mesmo tempo, aumenta a segurança psicológica, e (3) “líder natural”: o valor da liderança, mas também conceitos sobre liderança que mantêm hierarquias. Conclusões: A segurança psicológica é tanto um pré-requisito quanto um produto dos debriefings. A liderança, se vista como uma responsabilidade coletiva, poderia ajudar a desfazer as estruturas de poder. Dados os resultados deste estudo e as evidências na literatura, é provável que os debriefings de rotina, se bem realizados, melhorem a segurança psicológica, facilitem o aprendizado em equipe, reduzam a ocorrência de erros e melhorem a segurança do paciente.
INTRODUCTION: Debriefing is a team discussion in a constructive, supportive environment. Barriers exist to consistent, effective team debriefing in the clinical setting, especially in operating theaters. The purpose of this study was to gain insights from frontline workers on how to set up an effective debriefing policy for our operating room. METHODS: This was a qualitative study in which we interviewed operating room workers in a tertiary children's hospital. Interviews were audio-recorded, transcribed, and coded. Data were analysed using the reflexive thematic analysis technique within a critical realism paradigm. RESULTS: Interviews were analysed from 40 operating room staff: 14 nurses, seven anesthetic technicians, seven anaesthetists, and 12 surgeons; 25 (65%) were female. The three key themes were (1) "commitment to learning"-healthcare workers are committed to teamwork and quality improvement; (2) "it is a safe space"-psychological safety is a prerequisite for, and is enhanced by, debriefing; and (3) "natural leader"-the value of leadership, but also constructs around leadership that maintain hierarchies. CONCLUSIONS: Psychological safety is both a prerequisite for and a product of debriefing. Leadership, if viewed as a collective responsibility, could help break down power structures. Given the results of this study and evidence in the literature, it is likely that routine debriefing, if well done, will improve psychological safety, facilitate team learning, reduce errors, and improve patient safety.