Serviços de saúde sob pressão: revisão de escopo e desenvolvimento de uma taxonomia de estratégias adaptativas

OBJETIVO: O objetivo desta revisão foi desenvolver uma taxonomia das pressões sofridas pelos serviços de saúde, acompanhada de uma taxonomia das estratégias de adaptação usadas em resposta a essas pressões. As taxonomias foram desenvolvidas a partir de uma revisão de estudos observacionais que avaliaram diretamente o cuidado prestado em uma variedade de ambientes clínicos. DESENHO: Na primeira fase, foi realizada uma revisão de escopo da literatura relevante. Na segunda, as pressões e estratégias foram sistematicamente codificadas e categorizadas a partir dos artigos incluídos. FONTES DE DADOS: Bases de dados eletrônicas (MEDLINE, Embase, CINAHL, PsycInfo e Scopus) e listas de referências de revisões recentes da literatura sobre cuidado de saúde resiliente. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE: Incluímos estudos sobre o cuidado de saúde resiliente que utilizassem metodologias descritivas para avaliar diretamente um ambiente clínico. Os estudos deveriam conter estratégias para a gestão de serviços de saúde sob pressão. RESULTADOS: Identificamos um total de 5.402 artigos em potencial, dos quais 17 atenderam aos critérios de inclusão. A principal fonte de pressão descrita nos estudos foi uma demanda que excede a capacidade de prestação do cuidado (ou seja, os recursos disponíveis), o que, por sua vez, dificulta as condições de trabalho e cria problemas no funcionamento do sistema. As estratégias para responder às pressões foram categorizadas como adaptações antecipadas ou realizadas no próprio dia. As estratégias de adaptação antecipadas incluíram métodos para aumentar a disponibilidade de recursos, controlar a demanda e gerir a carga de trabalho (estratégias de eficiência, planejamento futuro, monitoramento e coordenação e iniciativas de apoio aos profissionais). As adaptações no próprio dia foram categorizadas como: flexibilização do uso de recursos existentes, priorização da demanda e adaptação das formas de trabalho (estratégias de liderança, trabalho em equipe e comunicação). CONCLUSÕES: A revisão resultou em uma taxonomia de base empírica para as pressões existentes, acompanhada de uma taxonomia de estratégias de adaptação em resposta a essas pressões. Essas taxonomias podem ajudar os profissionais clínicos e administradores a otimizar a forma como respondem às pressões e podem ser usadas como base para programas de treinamento e pesquisas futuras destinadas a avaliar o impacto de diferentes estratégias.
 

OBJECTIVE: The objective of this review was to develop a taxonomy of pressures experienced by health services and an accompanying taxonomy of strategies for adapting in response to these pressures. The taxonomies were developed from a review of observational studies directly assessing care delivered in a variety of clinical environments. DESIGN: In the first phase, a scoping review of the relevant literature was conducted. In the second phase, pressures and strategies were systematically coded from the included papers, and categorised. DATA SOURCES: Electronic databases (MEDLINE, Embase, CINAHL, PsycInfo and Scopus) and reference lists from recent reviews of the resilient healthcare literature. ELIGIBILITY CRITERIA: Studies were included from the resilient healthcare literature, which used descriptive methodologies to directly assess a clinical environment. The studies were required to contain strategies for managing under pressure. RESULTS: 5402 potential articles were identified with 17 papers meeting the inclusion criteria. The principal source of pressure described in the studies was the demand for care exceeding capacity (ie, the resources available), which in turn led to difficult working conditions and problems with system functioning. Strategies for responding to pressures were categorised into anticipatory and on-the-day adaptations. Anticipatory strategies included strategies for increasing resources, controlling demand and plans for managing the workload (efficiency strategies, forward planning, monitoring and co-ordination strategies and staff support initiatives). On-the-day adaptations were categorised into: flexing the use of existing resources, prioritising demand and adapting ways of working (leadership, teamwork and communication strategies). CONCLUSIONS: The review has culminated in an empirically based taxonomy of pressures and an accompanying taxonomy of strategies for adapting in response to these pressures. The taxonomies could help clinicians and managers to optimise how they respond to pressures and may be used as the basis for training programmes and future research evaluating the impact of different strategies.