Sistemas de resposta rápida, gestão de antimicrobianos e conciliação medicamentosa: uma revisão de escopo sobre fatores de implementação, atividades e desfechos

Jonas Torp Ohlsen ; Eirik Søfteland ; Per Espen Akselsen ; Jörg Assmus ; Stig Harthug ; Regina Küfner Lein ; Nick Sevdalis
Título original:
Rapid response systems, antibiotic stewardship and medication reconciliation: A scoping review on implementation factors, activities and outcomes
Resumo:

Introdução: Muitas práticas de segurança do paciente estão apenas parcialmente estabelecidas no cuidado clínico de rotina, apesar dos extensos esforços de melhoria da qualidade. A ciência da implementação pode ajudar a esclarecer os fatores que facilitam a boa adoção dessas práticas. Objetivo: O nosso objetivo foi examinar a literatura sobre a implementação de três práticas de segurança usadas em nível internacional: conciliação medicamentosa, programas de gestão de antimicrobianos e sistemas de resposta rápida. Procuramos identificar as atividades de implementação, fatores e desfechos relatados, as combinações entre fatores e atividades que favorecem a boa implementação e as implicações da base de evidências atual para a implementação e a pesquisa futura. Métodos: Fizemos pesquisas nas bases de dados Medline, Embase, Web of Science, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, PsycINFO e Education Resources Information Center de janeiro de 2011 a março de 2023. Incluímos estudos originais revisados por pares ou relatórios de melhoria da qualidade. Utilizamos uma abordagem iterativa e indutiva para categorizar os dados de forma temática, utilizando estatísticas descritivas e realizando análises de clusters hierárquicos. Resultados: Nos 159 estudos incluídos, identificamos oito categorias de atividades de implementação: educação, planejamento e preparação, abordagens baseadas em métodos, auditoria e feedback, motivar e recordar, alocação de recursos, simulação e treinamento e envolvimento dos pacientes. A maioria dos estudos relatou atividades relacionadas a várias categorias. Os fatores de implementação incluíram: competências clínicas e colaboração, recursos, prontidão e engajamento, influências externas, envolvimento organizacional, competências em melhoria da qualidade e viabilidade da inovação. Os fatores foram frequentemente sugeridos a posteriori e raramente foram usados para orientar a seleção de estratégias de implementação. Os resultados da implementação foram relatados como: fidelidade ou adesão, indicadores de fidelidade, sustentabilidade, aceitabilidade e difusão. A maioria dos estudos relatou melhorias na implementação, sendo difícil discriminar entre os fatores e atividades mais ou menos importantes. Conclusão: As múltiplas atividades empregadas para implementar práticas de segurança do paciente refletem principalmente a ciência da melhoria baseada em métodos e, em menor grau, referenciais conceituais relacionados a determinantes da ciência da implementação. Parece haver um potencial ainda não explorado para a adaptação contínua das atividades de implementação para lidar com contextos em constante mutação. A publicação de orientações fundamentadas na pesquisa para guiar essas adaptações poderia fazer avançar a implementação na prática. 
 

Resumo Original:

Introduction: Many patient safety practices are only partly established in routine clinical care, despite extensive quality improvement efforts. Implementation science can offer insights into how patient safety practices can be successfully adopted. Objective: The objective was to examine the literature on implementation of three internationally used safety practices: medication reconciliation, antibiotic stewardship programmes and rapid response systems. We sought to identify the implementation activities, factors and outcomes reported; the combinations of factors and activities supporting successful implementation; and the implications of the current evidence base for future implementation and research. Methods: We searched Medline, Embase, Web of Science, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, PsycINFO and Education Resources Information Center from January 2011 to March 2023. We included original peer-reviewed research studies or quality improvement reports. We used an iterative, inductive approach to thematically categorise data. Descriptive statistics and hierarchical cluster analyses were performed. Results: From the 159 included studies, eight categories of implementation activities were identified: education; planning and preparation; method-based approach; audit and feedback; motivate and remind; resource allocation; simulation and training; and patient involvement. Most studies reported activities from multiple categories. Implementation factors included: clinical competence and collaboration; resources; readiness and engagement; external influence; organisational involvement; QI competence; and feasibility of innovation. Factors were often suggested post hoc and seldom used to guide the selection of implementation strategies. Implementation outcomes were reported as: fidelity or compliance; proxy indicator for fidelity; sustainability; acceptability; and spread. Most studies reported implementation improvement, hindering discrimination between more or less important factors and activities. Conclusions: The multiple activities employed to implement patient safety practices reflect mainly method-based improvement science, and to a lesser degree determinant frameworks from implementation science. There seems to be an unexploited potential for continuous adaptation of implementation activities to address changing contexts. Research-informed guidance on how to make such adaptations could advance implementation in practice. 
 

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 017185; 2024. DOI: 10.1136/bmjqs-2024-017185..