Transformando a cultura da revisão por pares: implementação em três departamentos de um centro de saúde universitário

Michele N Lossius ; Eric I Rosenberg ; Lindsay A Thompson ; Janet Gerner ; Carolyn K Holland
Título original:
Transforming the culture of peer review: Implementation across three departments in an academic health center
Resumo:

Objetivos: Embora muitas instituições de saúde acreditem que a revisão por pares da prática clínica seja fundamental para identificar e melhorar a qualidade do cuidado, muitos profissionais clínicos consideram que a revisão por pares é variável e intrinsecamente punitiva. Para ser bem-sucedida, a revisão por pares requer liderança institucional e a adoção de uma cultura justa para investigar e determinar a responsabilidade pelos erros no cuidado de saúde que resultam em danos. Métodos: Descrevemos como um centro médico universitário implementou e adaptou os seus processos de revisão por pares da prática clínica para ser consistente com a teoria da cultura justa e estabelecer um roteiro que possa ser seguido por outras instituições. Apresentamos exemplos específicos de revisão por pares para mostrar como o processo melhorou a segurança do paciente nos serviços de emergência, medicina interna e pediatria. Resultados: A melhoria mais significativa nos processos foi o abandono da tradição de usar as notas “A”, “B”, ou “C”, passando a classificar os eventos adversos evitáveis como causados por “erro humano”, “comportamento de risco” ou “comportamento imprudente”. Esta categorização dos comportamentos humanos permitiu aos responsáveis pela segurança do paciente nos 3 departamentos desenvolver intervenções específicas para proteger os pacientes e solicitar apoio médico para melhorar os sistemas clínicos. Conclusões: O sucesso de cada departamento se deveu ao reconhecimento da existência de diferentes culturas relacionadas aos pacientes e profissionais, que criam desafios únicos. A transformação da revisão por pares foi um primeiro passo crucial para modificar a percepção de que este é um processo punitivo, passando a ser considerado como um processo construtivo destinado a melhorar a segurança do paciente. A nossa experiência com a reengenharia da revisão por pares da prática clínica demonstra a importância de utilizar a “cultura justa” como um método-chave para prevenir a ocorrência de danos aos pacientes. 

 

Resumo Original:

Objectives: Although many health care institutions believe that clinical peer review is vital for identifying and improving quality of care, peer review is perceived by many clinicians as variable and inherently punitive. Successful peer review requires institutional leadership and adoption of a just culture approach to investigating and determining accountability for medical errors that result in harm. Methods: We describe how an academic medical center implemented and adapted its clinical peer review processes to be consistent with just culture theory and provide a roadmap that other institutions may follow. Specific examples of peer review are highlighted to show how the process improved patient safety in the departments of emergency medicine, internal medicine, and pediatrics. Results: The most significant process improvement was shifting from a tradition of assigning letter grades of "A, ""B, "or "C"to determine whether preventable adverse events were caused by "human error, ""at-risk behavior, "or "reckless behavior."This categorization of human behaviors enabled patient safety officers within 3 departments to develop specific interventions to protect patients and enlist physician support for improving clinical systems. Conclusions: Each department's success was due to recognition of different patient and provider cultures that offer unique challenges. The transformation of peer review was a crucial first step to shift perceptions of peer review from a punitive to a constructive process intended to improve patient safety. Our experience with reengineering clinical peer review shows the importance of focusing on just culture as a key method to prevent patient harm. 

 

Fonte:
Journal of Patient Safety ; 17(8): e1873-e1878; 2022. DOI: 10.1097/PTS.0000000000000692..