Tratamento desrespeitoso de profissionais hospitalares pertencentes a minorias étnicas, suas consequências para os profissionais e implicações para o cuidado de saúde: uma revisão de escopo internacional

O tratamento desrespeitoso no local de trabalho é um problema complexo e profundo no cuidado de saúde. O desrespeito se manifesta através de comportamentos sutis, que parecem ter pouca importância. No entanto, as evidências demonstram que o desrespeito pode ser prejudicial para suas vítimas e testemunhas, causando emoções negativas, pior saúde mental, menor satisfação no trabalho, pior desempenho e comprometimento do cuidado de saúde prestado ao paciente. Não está claro em que medida a pesquisa existente explora criticamente a forma como etnia, cultura e racismo influenciam as experiências dos profissionais hospitalares com o tratamento desrespeitoso. Esta revisão de escopo global analisou sistematicamente a pesquisa existente sobre as maneiras específicas como o desrespeito se manifesta e afeta os funcionários hospitalares de minorias sociais. Identificamos um total de 2.636 artigos acadêmicos e 101 artigos da literatura cinzenta, incluindo 32 nesta revisão. As experiências com o desrespeito foram categorizadas em quatro temas: (1) controle cultural, (2) rejeição das contribuições no trabalho, (3) perda de empoderamento no trabalho e (4) indiferença por parte dos administradores. Os artigos incluídos destacaram consequências prejudiciais, tais como emoções negativas, silenciamento, afastamento e inibição de comportamentos voltados a buscar apoio. Poucos estudos apresentaram evidências sobre os impactos negativos do desrespeito no cuidado prestado ao paciente. A racialização e as dinâmicas raciais são um fator significativo para o desrespeito no hospital. Atualmente, não sabemos em que medida o desrespeito racializado está associado direta ou indiretamente ao esgotamento ou desengajamento profissional e a um cuidado de pior qualidade. Estes conhecimentos podem fundamentar a elaboração de intervenções abrangentes e baseadas em evidências para abordar este importante problema.
 

Workplace incivility is a pervasive complex problem within health care. Incivility manifests as subtle disrespectful behaviours, which seem inconsequential. However, evidence demonstrates that incivility can be harmful to targets and witnesses through negative emotions, poorer mental health, reduced job satisfaction, diminished performance and compromised patient care. It is unclear to what extent existing research critically explores how ethnicity, culture and racism influence how hospital staff experience incivility. This global scoping review systematically analysed existing research exploring the specific ways incivility manifests and impacts racially minoritised hospital workers. Of 2636 academic and 101 grey literature articles, 32 were included. Incivility experiences were categorised into four themes: (1) Cultural control, (2) Rejection of work contributions, (3) Disempowerment at work and (4) Managerial indifference. The included articles highlighted detrimental consequences, such as negative emotions, silencing, withdrawal and reduced support-seeking behaviours. Few studies presented evidence regarding the negative impacts of incivility on patient care. Racialisation and racial dynamics are a significant factor for hospital-based incivility. Currently we do not know the extent to which racialised incivility is associated directly or, perhaps either via burnout or disengagement, indirectly with poorer care. This knowledge can inform the creation of comprehensive, evidence-based interventions to address this important issue.