Um estudo de observação do trabalho de tecnólogos de medicina nuclear: interrupções, resiliência e implicações para a segurança do paciente

LARCOS, G. ; PRGOMET, M. ; GEORGIOU, A. ; WESTBROOK, J.
Título original:
A work observation study of nuclear medicine technologists: interruptions, resilience and implications for patient safety
Resumo:

Contexto: Os erros cometidos por tecnólogos de medicina nuclear durante a preparação de radiofármacos ou em outros momentos podem causar danos aos pacientes e talvez reflitam o impacto de interrupções, ambientes de trabalho movimentados e sistemas ou processos deficientes. O nosso objetivo foi: (a) caracterizar a taxa e a natureza das interrupções aos tecnólogos e (b) identificar estratégias que promovam a segurança.

Métodos: Realizamos 100 horas de observação de 11 tecnólogos em um grande hospital público e medimos a proporção de tempo gasto em oito categorias de tarefas profissionais, o local de cada tarefa, a taxa e o tipo de interrupção e a realização de muitas tarefas em paralelo (multitarefas). Catalogamos as estratégias especificamente voltadas à segurança usadas pelos tecnólogos.

Resultados: Os tecnólogos realizaram 5.227 tarefas e sofreram 569 interrupções (média de 4,5 vezes por hora, IC 95% 4,1 a 4,9). A maior taxa de interrupções ocorreu quando os tecnólogos estavam em trânsito entre as diferentes salas (10,3 por hora, IC 95% 8,3 a 12,5). As interrupções durante a preparação de radiofármacos ocorreram, em média, 4,4 vezes por hora (IC 95%: 3,3 a 5,6). A maioria (n=426) das tarefas foi interrompida apenas uma vez, e todas as tarefas foram retomadas após a interrupção. A realização de multitarefas ocorreu durante 16,6% do tempo. Pelo menos algumas das interrupções foram iniciadas por outros tecnólogos para transmitir informações importantes e/ou oferecer ajuda. Os tecnólogos empregaram uma variedade de estratégias verbais e não verbais em todas as áreas de trabalho (principalmente na sala quente) para minimizar o impacto das interrupções e otimizar a condução segura dos procedimentos. Embora a maioria das estratégias tenha sido utilizada por opção individual, algumas refletiram políticas explícitas ou implícitas do serviço.

Conclusões: Algumas interrupções parecem ser benéficas. As estratégias iniciadas pelos próprios tecnólogos para realizar práticas de trabalho seguras parecem ser um elemento importante na promoção de um ambiente de trabalho resiliente em medicina nuclear.

Resumo Original:

Background: Errors by nuclear medicine technologists during the preparation of radiopharmaceuticals or at other times can cause patient harm and may reflect the impact of interruptions, busy work environments and deficient systems or processes. We aimed to: (a) characterise the rate and nature of interruptions technologists experience and (b) identify strategies that support safety.

Methods: We performed 100 hours of observation of 11 technologists at a major public hospital and measured the proportions of time spent in eight categories of work tasks, location of task, interruption rate and type and multitasking (tasks conducted in parallel). We catalogued specific safety-oriented strategies used by technologists.

Results: Technologists completed 5227 tasks and experienced 569 interruptions (mean, 4.5 times per hour; 95% CI 4.1 to 4.9). The highest interruption rate occurred when technologists were in transit between rooms (10.3 per hour (95% CI 8.3 to 12.5)). Interruptions during radiopharmaceutical preparation occurred a mean of 4.4 times per hour (95% CI 3.3 to 5.6). Most (n=426) tasks were interrupted once only and all tasks were resumed after interruption. Multitasking occurred 16.6% of the time. At least some interruptions were initiated by other technologists to convey important information and/or to render assistance. Technologists employed a variety of verbal and non-verbal strategies in all work areas (notably in the hot-lab) to minimise the impact of interruptions and optimise the safe conduct of procedures. Although most were due to individual choices, some strategies reflected overt or subliminal departmental policy.

Conclusions: Some interruptions appear beneficial. Technologists' self-initiated strategies to support safe work practices appear to be an important element in supporting a resilient work environment in nuclear medicine.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 26(6): 466-474; 2017. DOI: 10.1136/bmjqs-2016-005846.