Um inquérito internacional sobre o uso de tromboprofilaxia em cirurgia urológica

Philippe D Violette ; Robin W M Vernooij ; Yoshitaka Aoki ; Arnav Agarwal ; Rufus Cartwright ; Yoichi Arai ; Thomas Tailly
Título original:
An International Survey on the Use of Thromboprophylaxis in Urological Surgery
Resumo:

Resumo
Contexto: O uso de tromboprofilaxia perioperatória em cirurgia urológica é comum, mas não é padronizado.
Objetivo: Caracterizar as variações internacionais nas práticas de utilização de tromboprofilaxia em cirurgia urológica.
Desenho, ambiente e participantes: Conduzimos um inquérito baseado em cenários para avaliar o uso de tromboprofilaxia mecânica e farmacológica em procedimentos cirúrgicos para câncer urológico (cistectomia radical [CR], prostatectomia radical [PR] e nefrectomia radical [NR]) entre urologistas praticantes no Canadá, Finlândia e Japão. O inquérito apresentou perfis de pacientes que refletem um espectro de risco para tromboembolismo venoso; os participantes descreveram sua prática clínica.
Desfechos e análise estatística: Estratificamos a proporção de participantes que usavam rotineiramente a profilaxia (1) mecânica, (2) farmacológica e (3) farmacológica prolongada segundo o tipo de procedimento. Uma regressão logística identificou as características associadas ao uso de tromboprofilaxia.
Resultados e limitações: Dos 1.051 urologistas contatados, 570 (54%) participaram do inquérito. Os urologistas japoneses foram menos propensos a prescrever profilaxia farmacológica do que os canadenses ou finlandeses (p<0,001 para todos os procedimentos). Os urologistas canadenses e finlandeses demonstraram grande variação no uso da profilaxia farmacológica prolongada para PR e NR. Os urologistas finlandeses foram mais propensos que os canadenses e os japoneses a prescrever profilaxia prolongada (CR 98%, 84% e 26%; PR aberta 25%, 8% e 3%; PR robótica 11%, 9% e 0%; NR 43%, 7% e 1%, respectivamente; p<0,001 para todos os procedimentos). Houve menos variação em relação à prescrição de profilaxia mecânica, que foi utilizada com mais frequência até a ambulação ou a alta hospitalar. O tempo de internação hospitalar foi mais longo no Japão, o que pode influenciar as estimativas de profilaxia prolongada no país.
Conclusões: Encontramos uma grande variação na prática clínica em relação à tromboprofilaxia farmacológica, tanto dentro de cada país como entre diferentes países. A tradução dos conhecimentos de diretrizes baseadas em evidências pode reduzir o problema da variação nas práticas clínicas em nível internacional.
Resumo para o paciente: O uso de medicamentos para diminuir a ocorrência de coágulos no sangue após cirurgias para câncer urológico varia dentro de cada país e entre diferentes países. Uma maior adesão às diretrizes urológicas relacionadas à prevenção de coágulos no sangue pode diminuir essa variação e melhorar os resultados do cuidado de saúde para o paciente.

Resumo Original:

Abstract
Background: The use of perioperative thromboprophylaxis in urological surgery is common but not standardized.
Objective: To characterize international practice variation in thromboprophylaxis use in urological surgery.
Design, setting, and participants: We conducted a scenario-based survey addressing the use of mechanical and pharmacological thromboprophylaxis in urological cancer procedures (radical cystectomy [RC], radical prostatectomy [RP], and radical nephrectomy [RN]) among practicing urologists in Canada, Finland, and Japan. The survey presented patient profiles reflecting a spectrum of risk for venous thromboembolism; the respondents described their clinical practice.
Outcome measurements and statistical analysis: The proportion of respondents who routinely used (1) mechanical, (2) pharmacological, and (3) extended pharmacological prophylaxis was stratified by procedure. A logistic regression identified characteristics associated with thromboprophylaxis use.
Results and limitations: Of 1051 urologists contacted, 570 (54%) participated in the survey. Japanese urologists were less likely to prescribe pharmacological prophylaxis than Canadian or Finnish urologists (p < 0.001 for all procedures). Canadian and Finnish urologists exhibited large variation for extended pharmacological prophylaxis for RP and RN. Finnish urologists were most likely to prescribe extended prophylaxis versus Canadian and Japanese urologists (RC 98%, 84%, and 26%; Open RP 25%, 8%, and 3%; robotic RP 11%, 9%, and 0%; and RN 43%, 7%, and 1%, respectively; p < 0.001 for each procedure). Less variation was found regarding the prescription of mechanical prophylaxis, which was most commonly used until ambulation or discharge. The length of hospital stay was longer in Japan and may bias estimates of extended prophylaxis in Japan.
Conclusions: We found large variation in clinical practice regarding pharmacological thromboprophylaxis within and between countries. Knowledge translation of evidence-based guidelines may reduce problematic international variation in practice.
Patient summary: Use of medications to decrease blood clots after urological cancer surgery differs within and between countries. Closer adherence to urology guidelines addressing the prevention of blood clots may decrease this variation and improve patient outcomes.

 

Fonte:
Eur Urol Focus ; 7(3): 653-658; 2022. DOI: 10.1016/j.euf.2020.05.015.