Um programa de treinamento sobre "Comunicação e Segurança do Paciente" para todos os profissionais da saúde: poderá fazer alguma diferença?

LEE, P. ; ALLEN, K. ; DALY, M.
Título original:
A "Communication and Patient Safety" training programme for all healthcare staff: can it make a difference?
Resumo:

Falhas na comunicação são um dos fatores que contribuem para a maioria dos casos de danos a pacientes, e tais danos continuam a ocorrer em níveis inaceitáveis. Diante desse fato, o Metro South District of Queensland Health (Austrália) criou um programa de treinamento em habilidades comunicativas, intitulado "Comunicação e Segurança do Paciente". Os três módulos, com duração de 3 horas e meia cada um, cobrem questões ligadas à comunicação profissional-paciente e profissional-profissional. Uma característica diferencial do curso é o fato de ser frequentado simultaneamente por profissionais clínicos e não clínicos. Após receber avaliações positivas, o programa-piloto (que envolveu 350 profissionais num só hospital) foi estendido a todos os cinco hospitais do distrito, já tendo sido cursado por 3.000 profissionais. Os resultados mostram que, apesar de terem de despender um tempo considerável para cursar o programa, os participantes o consideram útil e relevante (nível 1 de Kirkpatrick), aprendem e retêm materiais novos (nível 2) e relatam modificações de comportamento a nível individual, da equipe e da instituição (nível 3). Embora ainda seja preciso obter dados quantitativos que demonstrem que esse tipo de treinamento melhora diretamente a segurança do paciente (nível 4), a retroalimentação qualitativa e informal que recebemos indica que os participantes e seus administradores observam claras melhorias na "cultura de comunicação" depois da conclusão do curso pela equipe profissional. A melhoria da "comunicação para a segurança" no cuidado de saúde é um imperativo mundial, e outras jurisdições de saúde deverão obter resultados semelhantes aos nossos se desenvolverem e apoiarem o treinamento interativo e não o apenas didático em habilidades comunicativas.

Resumo Original:

Communication breakdown is a factor contributing to most cases of patient harm, and this harm continues to occur at unacceptable levels. Responding to this evidence, the Metro South District of Queensland Health (Australia) has developed a communication skills training programme titled "Communication and Patient Safety". The three modules, each lasting 3½ h, cover both staff-to-patient and staff-to-staff communication issues, and an unusual feature is that clinical and non-clinical staff attend together. Following positive evaluation data from our initial pilot programme (involving 350 staff in a single hospital), the programme was expanded to all five hospitals in the district, and has now been completed by over 3000 staff. The results show that despite the significant time commitment, participants find the courses useful and relevant (Kirkpatrick level 1), they learn and retain new material (level 2), and they report changes in behaviour at individual, team and facility levels (level 3). Although it remains a challenge to obtain quantitative data showing that training such as this directly improves patient safety (level 4), our qualitative and informal feedback indicates that participants and their managers perceive clear improvements in the "communication culture" after a workplace team has attended the courses. Improving "communication for safety" in healthcare is a worldwide imperative, and other healthcare jurisdictions should be able to obtain similar results to ours if they develop and support interactive, non-didactic training in communication skills.

Fonte:
BMJ Quality & Safety ; 21(1): 84-88; 2012. DOI: 10.1136/bmjqs-2011-000297 .
DECS:
Pessoal de saúde, comunicação em saúde, capacitação, segurança do paciente, Austrália