Um protocolo parcialmente estruturado para a passagem de casos pós-operatória melhora a comunicação em duas unidades de terapia intensiva cirúrgicas mistas: resultados do estudo de coorte prospectiva Handoffs and Transitions in Critical Care (HATRICC)

Lane-Fall MB ; Pascual JL ; Peifer HG ; Di Taranti LJ ; Collard ML ; Jablonski J ; Gutsche JT
Título original:
A Partially Structured Postoperative Handoff Protocol Improves Communication in 2 Mixed Surgical Intensive Care Units: Findings From the Handoffs and Transitions in Critical Care (HATRICC) Prospective Cohort Study
Resumo:

OBJETIVO:
Avaliar a efetividade da padronização da passagem de casos do centro cirúrgico (CC) para a unidade de terapia intensiva (UTI) em uma população cirúrgica mista.
CONTEXTO:
A padronização da passagem de casos do CC para a UTI melhora a transferência de informações após a cirurgia cardíaca, mas há evidências limitadas em outros contextos cirúrgicos.
MÉTODOS:
Este estudo de coorte intervencionista prospectivo foi realizado em duas UTIs cirúrgicas de dois hospitais afiliados. De 2014 a 2016, desenvolvemos, implementamos e avaliamos a efetividade de um novo protocolo padronizado de passagem de casos que requer a comunicação entre os profissionais à beira do leito utilizando um modelo de informações. O desfecho primário do estudo foi o número de omissões de informações entre 13 tópicos possíveis, registrado por observadores treinados. Os dados foram analisados usando estatísticas descritivas, análises bivariadas e a regressão multivariável.
RESULTADOS:
Observamos 165 transferências de pacientes (68 pré e 97 pós-intervenção). Antes da padronização, as passagens de casos observadas tinham, em média, 4,7 ± 2,9 omissões de informações cada. Após a padronização, as omissões de informações diminuíram 21,3%, chegando a 3,7 ± 1,9 (p=0,023). Em uma sub-análise pré-especificada, as omissões de informações para novos pacientes de UTIs diminuíram 36,2%, de 4,7 ± 3,1 para 3,0 ± 1,6 (p=0,008; termo de interação p=0,008). A redução nas omissões de informações esteve linearmente associada ao número de etapas seguidas no protocolo (p<0,001). Após o controle para a estabilidade do paciente, a intervenção ainda esteve associada a uma redução nas omissões. A duração da passagem de casos aumentou após a padronização, de 4,1 ± 3,3 para 8,0 ± 3,9 minutos (p<0,001). A mortalidade e o tempo de internação na UTI não mudaram após a implementação.
CONCLUSÃO:
A padronização da passagem de casos do CC para a UTI melhorou significativamente a troca de informações em duas UTIs cirúrgicas mistas, com um aumento concomitante no tempo da passagem de casos. São necessários estudos adicionais para identificar as barreiras e os fatores facilitadores da adesão ao protocolo de passagem de casos.
 

Resumo Original:

OBJECTIVE:
To assess the effectiveness of standardizing operating room (OR) to intensive care unit (ICU) handoffs in a mixed surgical population.
SUMMARY OF BACKGROUND DATA:
Standardizing OR to ICU handoffs improves information transfer after cardiac surgery, but there is limited evidence in other surgical contexts.
METHODS:
This prospective interventional cohort study (NCT02267174) was conducted in 2 surgical ICUs in 2 affiliated hospitals. From 2014 to 2016, we developed, implemented, and assessed the effectiveness of a new standardized handoff protocol requiring bedside clinician communication using an information template. The primary study outcome was number of information omissions out of 13 possible topics, recorded by trained observers. Data were analyzed using descriptive statistics, bivariate analyses, and multivariable regression.
RESULTS:
We observed 165 patient transfers (68 pre-, 97 postintervention). Before standardization, observed handoffs had a mean 4.7 ± 2.9 information omissions each. After standardization, information omissions decreased 21.3% to 3.7 ± 1.9 (P = 0.023). In a pre-specified subanalysis, information omissions for new ICU patients decreased 36.2% from 4.7 ± 3.1 to 3.0 ± 1.6 (P = 0.008, interaction term P = 0.008). The decrement in information omissions was linearly associated with the number of protocol steps followed (P < 0.001). After controlling for patient stability, the intervention was still associated with reduced omissions. Handoff duration increased after standardization from 4.1 ± 3.3 to 8.0 ± 3.9 minutes (P < 0.001). ICU mortality and length of stay did not change postimplementation.
CONCLUSION:
Standardizing OR to ICU handoffs significantly improved information exchange in 2 mixed surgical ICUs, with a concomitant increase in handoff duration. Additional research is needed to identify barriers to and facilitators of handoff protocol adherence.
 

Fonte:
Annals of Surgery ; 271(3): 484-493; 2020. DOI: 10.1097/SLA.0000000000003137.
Autor institucional: 
HATRICC study team