Uma abordagem para enfrentar a resistência antimicrobiana que envolva "todo o sistema das Nações Unidas"? Um mapeamento do mandato e das atividades de organizações internacionais

O Plano de Ação Global de 2015 da Organização Mundial da Saúde, além de outros artigos sobre políticas internacionais, enfatiza a necessidade de uma abordagem para o tratamento da resistência antimicrobiana (RAM) que envolva "todo o sistema das Nações Unidas". Como já se passaram vários anos, o objetivo deste artigo é fazer um balanço atual do papel, do mandato e das atividades de organizações internacionais e outros grupos de interesse globais sobre a RAM. Identificamos informações relevantes por meio de uma pesquisa on-line e uma revisão de documentos sobre as políticas de organizações internacionais. Avaliando 78 organizações, constatamos que 21 possuem atividades específicas para RAM no sentido mais amplo, embora o envolvimento de muitas dessas organizações tenha um alcance limitado; além disso, 36 possuem atividades com impacto sobre a RAM, refletindo o amplo escopo do problema. Utilizamos um referencial interdisciplinar baseado em seis desafios relevantes para as ações coletivas globais relativas à RAM, bem como nas principais funções das organizações internacionais na governança global, para organizar as conclusões em vários clusters. A RAM não é uma prioridade para muitas organizações internacionais, mas algumas delas podem aproveitar os esforços atuais para enfrentar a RAM ao mesmo tempo em que contribuem para sua agenda central. De modo geral, uma abordagem para a RAM envolvendo "todo o sistema da ONU", dentro da estrutura dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é fundamental para fazer avançar a governança global da RAM.
 

The 2015 World Health Organization Global Action Plan and other international policy documents have stressed the need for a 'whole of United Nations approach' in addressing antimicrobial resistance (AMR). As several years have passed, the goal of this paper is to take stock of the current role, mandate, and activities of international organisations and other global stakeholders on AMR. Relevant information is identified through a web-based search and a review of policy documents from international organisations. Based on the assessment of 78 organisations, 21 have AMR-specific activities in the broader sense, although for many of these organisations, their involvement is limited in scope, and 36 have AMR-sensitive activities reflecting the wide scope of AMR. An interdisciplinary framework based on six relevant challenges of global collective actions regarding AMR as well as the main functions of international organisations in global governance is used to organise the findings into several 'clusters'. AMR is not a priority for many international organisations, but some of them can leverage current efforts to tackle AMR while contributing to their core agenda. Overall, a 'whole of UN approach' to AMR within the framework of Sustainable Development Goals is critical to move the global governance of AMR forward.