Uma metanálise dos efeitos dos probióticos em vários parâmetros em pacientes em estado crítico e ventilados

Resumo
Contexto: De acordo com relatórios, a pneumonia associada à ventilação mecânica afeta pacientes críticos com mais frequência do que qualquer outra infecção hospitalar. O uso de probióticos como intervenção profilática tem mostrado resultados promissores em inúmeros estudos.
Objetivos: Realizamos uma metanálise para avaliar o efeito dos probióticos em diferentes parâmetros em pacientes críticos e ventilados.
Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa sistemática na literatura até junho de 2022, e foram identificados 5.893 indivíduos criticamente doentes e ventilados na linha de base dos estudos – 2.912 deles estavam usando os probióticos e havia 2.981 controles. O odds ratio (OR) e a diferença média (DM) com intervalo de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados para avaliar o efeito dos probióticos em diferentes parâmetros em pacientes críticos e ventilados usando os métodos dicotômico e contencioso com um modelo de efeitos aleatórios ou fixos.
Resultados: Os probióticos causaram uma incidência significativamente menor de pneumonia associada à ventilação mecânica (OR = 0,52; IC 95%: 0,40-0,68, p < 0,001), menor duração da ventilação mecânica (DM = -2,22; IC 95%: -3,33-1,11, p < 0,001), menor tempo de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI) (DM = -2,09; IC 95%: -3,41-0,77, p = 0,002), menor tempo de permanência no hospital (DM = -2,36; IC 95%: -4,54-0,19, p = 0,03) e menor colonização orofaríngea (OR = 0,59; IC 95%: 0,36-0,96, p = 0,03) em indivíduos críticos e ventilados em comparação com os controles. No entanto, o uso de probióticos não teve diferença significativa em termos de incidência de diarreia (OR = 0,74; IC 95%: 0,52-1,07, p = 0,11) e mortalidade intra-hospitalar (OR = 0,90; IC 95%: 0,79-1,03, p = 0,14) em pacientes criticamente enfermos e ventilados em comparação com os controles.
Conclusão: Os probióticos causaram uma incidência significativamente menor de pneumonia associada à ventilação mecânica, menor duração da ventilação mecânica, menor tempo de permanência na UTI e no hospital e menor colonização orofaríngea. No entanto, não houve diferença significativa em termos de incidência de diarreia e mortalidade hospitalar em indivíduos que usaram probióticos em comparação com os controles. O tamanho reduzido da amostra de 9 das 27 pesquisas e o pequeno número de estudos em diversas comparações requerem atenção na análise dos resultados.
 

Abstract
Background: According to reports, ventilator-associated pneumonia affects critically ill patients more frequently than any other nosocomial infection. Probiotic usage as a prophylactic intervention has shown promising results in numerous studies.
Objectives: We performed a meta-analysis to evaluate the effect of probiotics on different parameters in critically ill ventilated subjects.
Material and methods: A systematic literature search up to June 2022 was performed and 5893 critically ill ventilated subjects at the baseline of the studies were identified; 2912 of them were using the probiotics, and there were 2981 controls. Odds ratio (OR) and mean difference (MD) with 95% confidence interval (95% CI) were calculated to assess the effect of probiotics on different parameters in critically ill ventilated subjects using the dichotomous and contentious methods with a random or fixed effects model.
Results: The probiotics caused a significantly lower incidence of ventilator-associated pneumonia (OR = 0.52; 95% CI: 0.40-0.68, p < 0.001), shorter duration of mechanical ventilation (MD = -2.22; 95% CI: -3.33--1.11, p < 0.001), shorter intensive care unit (ICU) stay (MD = -2.09; 95% CI: -3.41--0.77, p = 0.002), shorter hospital stay (MD = -2.36; 95% CI: -4.54--0.19, p = 0.03), and lower oropharyngeal colonization (OR = 0.59; 95% CI: 0.36-0.96, p = 0.03) in critically ill ventilated subjects compared with controls. However, probiotic use had no significant difference in terms of diarrhea incidence (OR = 0.74; 95% CI: 0.52-1.07, p = 0.11) and in-hospital mortality (OR = 0.90; 95% CI: 0.79-1.03, p = 0.14) in critically ill ventilated subjects compared with controls.
Conclusion: Probiotics caused a significantly lower ventilator-associated pneumonia incidence, shorter duration of mechanical ventilation, shorter ICU and hospital stay, and lower oropharyngeal colonization. However, there was no significant difference in terms of diarrhea incidence and in-hospital mortality in subjects who used probiotics compared with controls. The low sample size of 9 out of 27 researches and the small number of studies in several comparisons requires attention when analyzing the results.