Uma solução estratégica para prevenir os danos associados a atrasos na transferência de pacientes por ambulâncias
Os atrasos nas transferências por ambulâncias surgem quando os serviços de emergência ficam superlotados, pois pacientes que esperam por uma internação por períodos prolongados ocupam espaços clínicos destinados a facilitar a avaliação e o tratamento das chegadas de emergência. Em resposta, muitas organizações passam a abrigar, de forma temporária, pacientes gravemente doentes que aguardam uma internação em áreas não destinadas ao cuidado, tais como corredores, para fornecer espaço adicional. Isto resulta em um risco significativo de danos evitáveis, perda de dignidade e trauma psicológico para os pacientes, tendo também um efeito negativo no bem-estar dos profissionais da saúde, pois padrões inaceitáveis de cuidado acabam por ser normalizados. Implementamos em nosso hospital de cuidado agudo um projeto estratégico de melhoria da qualidade em duas fases. Dados sobre a transferência por ambulância entre 2 de novembro de 2020 e 26 de julho de 2021 serviram como base de referência para o projeto. A primeira fase foi implementada entre 2 de novembro de 2021 e 26 de julho de 2022 e teve como objetivo reduzir os atrasos de 60 minutos nas transferências por ambulâncias. A segunda fase foi implementada entre 2 de novembro de 2022 e 26 de julho de 2023 e teve como objetivo erradicar os atrasos de 60 minutos nas transferências e melhorar o desempenho geral. A primeira fase resultou em uma redução de 32% nos atrasos de 60 minutos nas transferências por ambulâncias. A segunda fase resultou em uma redução de 97% nos atrasos de 60 minutos nas transferências por ambulâncias. Ao longo do projeto, observou-se um aumento de 24% nas transferências concluídas em menos de 15 minutos. Este projeto demonstra como o planejamento estratégico e a colaboração entre as equipes de saúde podem reduzir o potencial de danos evitáveis aos pacientes, ao mesmo tempo em que promovem o bem-estar e a retenção da força de trabalho.
Ambulance handover delays arise when emergency departments become overcrowded as patients waiting prolonged periods for admission occupy clinical cubicles designed to facilitate the assessment and treatment of emergency arrivals. In response, many organisations become reliant on temporarily lodging acutely unwell patients awaiting admission in undesignated areas for care such as corridors, to provide additional space. This results in a significant risk of avoidable harm, indignity and psychological trauma for patients and has a negative effect on the well-being of healthcare professionals, since unacceptable standards of care become normalised. A two-phase strategic quality improvement project was implemented at the authors' acute trust. Ambulance handover data from between 2 November 2020 and 26 July 2021 provided a benchmark for the project. The first phase was implemented between 2 November 2021 and 26 July 2022 and aimed to reduce 60-minute ambulance handover delays. The second phase was implemented between 2 November 2022 and 26 July 2023 and aimed to eradicate 60-minute ambulance handover delays and improve overall performance. Phase one resulted in a 32% reduction in 60-minute ambulance handover delays. Phase two resulted in a 97% reduction in 60-minute ambulance handover delays. Over the course of the project there was a 24% increase in handovers completed within 15 minutes. This project demonstrates how strategic planning and collaboration between healthcare teams can reduce the potential for avoidable patient harm, while simultaneously promoting workforce well-being and retention.