Uso da telemedicina para a revisão em vídeo de eventos críticos em uma UTI para a melhoria da qualidade: uma nova forma de educação multidisciplinar
Os objetivos deste estudo foram codificar os eventos que desencadeiam a gravação em vídeo à beira do leito e descrever os tipos de problemas de desempenho identificados, utilizando-os então para fundamentar esforços de melhoria da qualidade em uma UTI. DESENHO: Realizamos uma análise descritiva retrospectiva de um programa de revisão em vídeo implementado em uma única instituição de julho de 2016 a novembro de 2019. AMBIENTE: Uma UTI cirúrgica e de trauma em um único hospital universitário quaternário urbano. PACIENTES: Todos os pacientes internados na UTI cirúrgica e de trauma entre julho de 2016 e novembro de 2019 foram elegíveis para o estudo, pois todos os leitos estão equipados com circuito fechado de monitoramento em vídeo e áudio. Com base em um programa aprovado pelo conselho de revisão institucional, qualquer evento que desencadeie a presença imediata de um profissional na UTI é rotineiramente gravado a critério da equipe de atendimento ou do teleintensivista. INTERVENÇÕES: Criamos uma base de dados desses eventos durante um período de 3 anos, fazendo a revisão dos casos para captar seu conteúdo e oportunidades educacionais e de melhoria da qualidade. Analisamos gravações selecionadas, compartilhando-as em sessões multidisciplinares/multiprofissionais de revisão em vídeo. MEDIÇÕES E RESULTADOS PRINCIPAIS: Ao todo, 286 vídeos de eventos críticos nas UTIs foram gravados e revistos entre julho de 2016 e novembro de 2019. Os eventos gravados com mais frequência foram: parada cardiorrespiratória (n=75), intubação (n=71) e descompensação clínica aguda desencadeada por sinais vitais anormais (n=57) ou arritmias (n=13). Dessas gravações, 59 foram compartilhadas em videoconferências de revisão, onde foi avaliada a qualidade do cuidado e foram caracterizadas as oportunidades temáticas de melhoria. Os temas recorrentes de melhoria da qualidade incluíram a adesão aos protocolos, a importância do trabalho em equipe e da comunicação em circuito fechado, lideranças claramente estabelecidas na equipe e o uso de precauções universais. CONCLUSÕES: A revisão em vídeo na UTI é viável e cria oportunidades valiosas para a melhoria da qualidade e discussões educacionais.
The objectives of this study were to codify the events triggering bedside recording and to report the types of performance issues identified that were then used to inform dedicated ICU quality improvement efforts. DESIGN: This is a retrospective descriptive analysis of a video review program conducted at a single institution from July 2016 to November 2019. SETTING: Surgical and Trauma ICU at a single urban academic quaternary care center. PATIENTS: All patients admitted to the surgical and trauma ICU between July 2016 and November 2019 were eligible for the study as all ICU beds in our health system institutions are equipped with closed circuit video/audio monitoring. Through an institutional review board approved program, any event triggering the immediate bedside presence of a provider in the ICU is routinely recorded at the discretion of the care team or tele-intensivist. INTERVENTIONS: A database of these events was created over a 3-year period, and cases were reviewed for content, quality improvement, and educational opportunities. Select recordings were analyzed and shared at multidisciplinary/multiprofessional video review sessions. MEASUREMENTS AND MAIN RESULTS: There were 286 critical events video recorded and reviewed in the ICUs between July 2016 and November 2019. The most commonly recorded events included: cardiopulmonary arrests (n = 75), intubations (n = 71), and acute clinical decompensation triggered by nonreassuring vital signs (n = 57) or arrhythmias (n = 13). Of these recordings, 59 were shared at video review conferences, where quality of care was assessed and thematic opportunities for improvement were characterized. Recurrent quality improvement themes that were identified included adherence to protocols, the importance of teamwork and closed-loop communication, clearly designated team leadership, and the use of universal precautions. CONCLUSIONS: Video review in the ICU is feasible and presents valuable opportunities for quality improvement and educational discussions.
