A voz do paciente na farmacovigilância: abordagens pragmáticas para a criação de uma organização de segurança dos medicamentos centrada nos pacientes

SMITH, M. Y. ; BENATTIA, I.
Título original:
The patient's voice in pharmacovigilance: pragmatic approaches to building a patient-centric drug safety organization
Resumo:

Contexto: O monitoramento da resposta de um paciente à terapia medicamentosa e a identificação precoce de reações adversas são responsabilidades importantes dos enfermeiros. Apesar da relativa segurança da prática anestésica, uma em cada 20 administrações de medicamentos perioperatórios inclui um erro de medicação e/ou uma reação adversa a medicamentos. Embora vários fatores contribuam para a resposta de uma pessoa à medicação, a predisposição genética é responsável por mais de 50% dessa resposta.

Objetivo: O objetivo desta revisão foi explorar as evidências sobre a variabilidade genética associada à resposta aos anestésicos voláteis e intravenosos.

Métodos: Foi feita uma pesquisa abrangente da literatura nas bases de dados PubMed, CINAHL e Cochrane, de 1960 a 30 de maio de 2015. Foi realizada a leitura iterativa dos artigos primários para assegurar a congruência entre os dados extraídos e o artigo primário e reduzir o volume de dados a partir dos quais seriam tiradas as conclusões.

Resultados: A análise revelou que, em sua maioria, os anestésicos são metabolizados pelas enzimas das famílias CYP2 e UGT1. O CYP2B6 catalisa o metabolismo do propofol e da cetamina. O alelo CYP2B6*6 está associado à redução no metabolismo de propofol e cetamina e a uma maior ocorrência de efeitos adversos. Variantes genéticas da enzima UGT1A9 estão associadas à necessidade de uma dose de indução mais elevada e a uma maior depuração do propofol.

Discussão: Embora haja importantes lacunas na literatura, as evidências atuais sugerem ser necessário o acompanhamento próximo ao serem administrados anestésicos a pessoas com o alelo CYP2B6*6. Estudos futuros que avaliem as lacunas identificadas nesta revisão talvez tenham o potencial de identificar as contribuições genéticas subjacentes à resposta anestésica e de prevenir a ocorrência de eventos adversos importantes durante a administração da anestesia e os cuidados de enfermagem perioperatórios.

Resumo Original:

Background: Monitoring a patient's response to drug therapy and early identification of an adverse reaction are important responsibilities of nurses. Despite the relative safety of anesthesia practice, 1 in 20 perioperative medication administrations includes a medication error and/or adverse drug reaction. Although several factors contribute to an individual's response to medications, genetic predisposition accounts for over 50% of that response.

Objective: The purpose of this review is to explore the evidence of genetic variability associated with response to volatile and intravenous anesthetics.

Methods: A comprehensive search of published literature in PubMed, CINAHL, and Cochrane databases from 1960 to May 30, 2015, was performed. Iterative reading of the primary articles was performed to ensure congruence between the extracted data and the primary article and reduce the data to draw conclusions.

Results: The analysis revealed that most anesthetics are metabolized by enzymes in the CYP2 and UGT1 family. CYP2B6 catalyzes propofol and ketamine metabolism. CYP2B6*6 allele is associated with decreased propofol and ketamine metabolism and increased adverse effects. Genetic variants in the UGT1A9 enzyme are associated with the need for higher induction dose and increased clearance of propofol.

Discussion: Despite the significant gaps in the literature, current evidence suggests that close monitoring is required when administering anesthetics to individuals with the CYP2B6*6 allele. Future research to address identified gaps in this review may have the potential to identify underlying genetic contribution to anesthetic response and prevent significant adverse events during anesthesia delivery and perioperative nursing care.

Fonte:
Drug Safety : an International Journal of Medical Toxicology and Drug Experience ; 39(9): 779-785; 2016. DOI: 10.1007/s40264-016-0426-9.
Nota Geral:

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