Contexto: A segurança de paramédicos durante a resposta a emergências e o transporte é uma questão crítica para os serviços médicos de emergência, com implicações diretas para o bem-estar dos paramédicos e a atenção ao paciente. Acidentes com ambulâncias, que provocam uma média de 24,7 incidentes fatais por ano nos EUA, representam riscos significativos, e 40,2% das fatalidades envolvem os ocupantes de ambulâncias, incluindo paramédicos. Apesar de sua importância, há poucos estudos que avaliem os riscos específicos enfrentados pelos paramédicos nessa fase de seu trabalho. Esta revisão de escopo procurou preencher essa lacuna, avaliando sistematicamente a literatura atual, identificando seus achados principais e gerando recomendações para a pesquisa futura. Métodos: Realizamos uma revisão de escopo utilizando a metodologia JBI, o que incluiu uma pesquisa abrangente em três plataformas: EBSCOhost (todas as bases de dados), SCOPUS e OVID. A busca procurou artigos publicados entre 2000 e agosto de 2024, com foco específico na segurança de paramédicos. Os termos de busca incluíram variações da palavra “paramédico”, combinadas a palavras-chave relacionadas a segurança, perigos, riscos e transporte. As citações foram importadas para o software EndNote e revistas por dois autores. Excluímos artigos centrados principalmente na segurança do paciente e publicações em línguas diferentes do inglês. Realizamos uma análise temática sistemática utilizando o método de Braun & Clarke para extrair e analisar manualmente os principais temas dos resultados. Resultados: Identificamos 1.354 publicações, das quais 1.307 foram excluídas por não serem relevantes ou por estarem duplicadas. Ao todo, 47 artigos foram submetidos a uma avaliação adicional, resultando na exclusão de mais 24 publicações. Ao final do processo, 23 artigos atenderam aos critérios de inclusão. A análise temática revelou cinco temas centrais: (1) desatenção e comportamentos de risco por parte do motorista, (2) erro do motorista/piloto, (3) uso do cinto de segurança, (4) desenho e segurança de equipamentos e (5) uso de luzes e sirenes durante o transporte. Conclusões: Esta revisão destaca as possíveis contribuições dos comportamentos de paramédicos para os riscos de segurança durante a fase de transporte, que representam um fator crucial, em meio a uma miríade de outros fatores, para as lesões e fatalidades neste contexto. Apesar de sua importância, ainda há poucos estudos que examinem esses comportamentos e as estratégias de mitigação de riscos. A pesquisa futura deve se concentrar na compreensão do comportamento de paramédicos e na implementação de medidas para lidar com essas preocupações críticas para a segurança. Aplicações práticas: Os resultados desta revisão de escopo sugerem recomendações práticas para melhorar a segurança de paramédicos durante o transporte. As políticas devem ser atualizadas para exigir o uso de cintos de segurança, estabelecer diretrizes mais rigorosas para o uso de luzes e sirenes e priorizar o design interno das ambulâncias para garantir a segurança. Isto inclui o armazenamento seguro de equipamentos, assentos ergonômicos e sistemas de contenção avançados. Além disso, os programas de treinamento devem ser reforçados para incluir práticas de direção segura, gestão de riscos e o uso adequado de equipamentos de segurança, abordando também os fatores culturais que podem dificultar a adesão aos protocolos de segurança. Essas recomendações visam orientar os formuladores de políticas, prestadores de serviços médicos de emergência e fabricantes de equipamentos em seu trabalho para melhorar a segurança dos paramédicos, o que levará, em última análise, a melhores resultados de saúde tanto para os paramédicos quanto para os pacientes.
Background: Paramedic safety during response and transportation is a critical issue in emergency medical services, with direct implications for both paramedic well-being and patient care. Ambulance crashes, which average 24.7 fatal incidents per year in the U.S., pose significant risks, with 40.2% of fatalities involving ambulance occupants, including paramedics. Despite its importance, there is limited research addressing the unique risks paramedics face in this phase of their work. This scoping review aims to fill this gap by systematically evaluating the current literature, identifying key findings, and providing recommendations for future research. Methods: A scoping review was conducted using the JBI methodology, which involved a comprehensive search using three platforms: EBSCOhost (All databases), SCOPUS, and OVID. The search targeted articles published between 2000 and August 2024, focusing specifically on paramedic safety. The search terms included variations of paramedic, combined with keywords related to safety, danger, risks, and transport. Citations were imported in EndNote and reviewed by two authors. Articles primarily addressing patient safety and non-English publications were excluded. Thematic analysis was systematically performed using Braun & Clarke's method to manually extract and analyse key themes from the results. Results: 1354 publications were identified, with 1307 excluded due to lack of relevance or duplication. Forty-seven articles underwent further assessment, resulting in the exclusion of an additional twenty-four publications. Twenty-three articles met the final inclusion criteria. Thematic analysis revealed five core themes: (1) driver inattention and risky behaviours, (2) driver/pilot error, (3) seat belt use, (4) equipment and safety design, and (5) lights and sirens driving. Conclusions: This review underscores the potential role of paramedic behaviours in contributing to safety risks during the transportation phase and that this is key among a multitude of other factors influencing injuries and fatalities in this context. Despite its significance, research addressing these behaviours and risk mitigation strategies remains scarce. Future research must centre on understanding paramedic behaviour and implementing measures to address these critical safety concerns. Practical applications: The scoping review findings suggest actionable recommendations to enhance paramedic safety during transportation. Policy updates should mandate seat belt use, establish stricter guidelines for lights and sirens, and prioritize ambulance interior design for safety. This includes secure equipment storage, ergonomic seating, and advanced restraint systems. Additionally, training programmes should be enhanced to cover safe driving practices, risk management, and proper safety equipment use, while addressing cultural factors that may hinder adherence to safety protocols. These recommendations aim to guide policymakers, EMS providers, and equipment manufacturers in improving paramedic safety, ultimately leading to better health outcomes for both paramedics and patients.