Contexto: As passagens de cuidados são momentos potencialmente perigosos na jornada do paciente e podem causar danos se forem malconduzidas. Por meio de uma pesquisa nacional com cirurgiões na Irlanda, este artigo avalia as práticas contemporâneas de passagem de caso cirúrgico e avalia as barreiras e os facilitadores de uma passagem eficaz. Métodos: Após aprovação ética e pré-teste com uma amostra representativa, uma pesquisa transversal on-line foi distribuída a médicos hospitalares em treinamento (non-consultant hospital doctors MHNC) que trabalham na República da Irlanda. Uma abordagem de métodos mistos foi usada, combinando dados por meio de um desenho de triangulação. Principais achados: Foram recebidas 201 respostas (18,5%). A maioria dos participantes eram senior house officers ou senior registrars (49,7% e 37,3%). A maioria das pessoas (85,1%) relatou que as informações recebidas durante a passagem de caso estavam incompletas ou incorretas pelo menos em parte do tempo. Um terço dos entrevistados relatou que um near miss ocorreu como resultado da passagem de caso nos últimos três meses, e erros relacionados à passagem resultaram em danos menores (16,9%), moderados (4,9%) ou maiores (1,5%). Apenas 11,4% haviam recebido algum treinamento formal. As barreiras relatadas para a passagem de caso incluíram atitudes negativas, falta de apoio institucional e atividades clínicas concorrentes. Os facilitadores incluíram padronização de processos, melhor acesso a recursos e envolvimento da equipe. Conclusões: Os MHNC cirúrgicos que trabalham em hospitais irlandeses relataram baixa conformidade com as melhores práticas internacionais de passagem de caso e identificaram possíveis danos. A padronização do processo, o treinamento adequado da equipe e o fornecimento dos recursos necessários relacionados à passagem de caso são necessários em nível nacional para abordar essa preocupação significativa com a segurança do paciente.
Background: Handovers of care are potentially hazardous moments in the patient journey and can lead to harm if conducted poorly. Through a national survey of surgical doctors in Ireland, this paper assesses contemporary surgical handover practices and evaluates barriers and facilitators of effective handover. Methods: After ethical approval and pre-testing with a representative sample, a cross-sectional, online survey was distributed to non-consultant hospital doctors (NCHDs) working in the Republic of Ireland. A mixed-methods approach was used, combining data using triangulation design. Main findings: A total of 201 responses were received (18.5%). Most participants were senior house officers or senior registrars (49.7% and 37.3%). Most people (85.1%) reported that information received during handover was missing or incorrect at least some of the time. One-third of respondents reported that a near-miss had occurred as a result of handover within the past three months, and handover-related errors resulted in minor (16.9%), moderate (4.9%), or major (1.5%) harm. Only 11.4% had received any formal training. Reported barriers to handover included negative attitudes, a lack of institutional support, and competing clinical activities. Facilitators included process standardisation, improved access to resources, and staff engagement. Conclusions: Surgical NCHDs working in Irish hospitals reported poor compliance with international best practice for handover and identified potential harms. Process standardisation, appropriate staff training, and the provision of necessary handover-related resources is required at a national level to address this significant patient safety concern.