Resumo
Contexto: Os enfermeiros são o primeiro ponto de contato com os pacientes e são responsáveis por monitorar e notificar sinais de infecção. A pandemia de COVID-19 consolidou o papel de liderança dos enfermeiros na prevenção de infecções. Apesar disto, a sua contribuição nas iniciativas de gerenciamento de antimicrobianos ainda é pouco reconhecida.
Objetivo: Determinar como os enfermeiros pediátricos entendem seu papel e contribuição para o gerenciamento de antimicrobianos e as práticas de prevenção e controle de infecções em três enfermarias pediátricas agudas diferentes.
Métodos: Recrutamos 43 enfermeiros de uma enfermaria para adolescentes, uma enfermaria de oncologia e uma enfermaria cirúrgica de um hospital pediátrico terciário metropolitano para um estudo qualitativo, exploratório e descritivo.
Resultados: A análise temática e de conteúdo identificou três temas a partir dos dados: compreensão das infecções evitáveis, adoção de diretrizes baseadas em evidências para proteger o paciente e os papéis dos profissionais na prevenção e no controle de infecções e no gerenciamento de antimicrobianos. Os subtemas associados foram: dessensibilização à COVID-19, compreensão das precauções de prevenção e controle de infecções, uso correto de políticas e diretrizes hospitalares, restrições associadas ao uso de prontuários médicos eletrônicos, compreensão do tratamento da sepse e a importância da realização rápida de testes microbiológicos, ambivalência em relação aos papéis dos profissionais no gerenciamento de antimicrobianos e alta prioridade dada à educação dos consumidores.
Conclusão: O entendimento dos enfermeiros sobre seu papel esteve concentrado em práticas como a higienização das mãos, precauções-padrão e a notificação do uso de antimicrobianos de alto risco. Também foi observada uma falta de compreensão sobre a transmissão e as apresentações da COVID-19 em pacientes pediátricos. A educação sobre as melhores práticas de prevenção de infecções e gerenciamento de antimicrobianos foi considerada crucial tanto para os enfermeiros quanto para os pais.
Abstract
Background: Nurses are the first point of contact for patients and are responsible for monitoring and reporting signs of infection. The COVID-19 pandemic cemented nurses' leadership role in infection prevention. Despite this, nurses' contribution to antimicrobial stewardship initiatives remains under-recognized.
Aim: To determine how paediatric nurses understood their role and contribution to antimicrobial stewardship and infection prevention and control practices in three different acute paediatric wards.
Methods: Forty-three nurses were recruited from an adolescent ward, an oncology ward, and a surgical ward in a metropolitan tertiary children's hospital for a qualitative exploratory descriptive study.
Findings: Thematic and content analysis derived three themes from the data: understanding of preventable infections; embracing evidence-based guidelines to protect the patient; and roles in preventing and controlling infections and antimicrobial stewardship. Associated subthemes were: desensitized to COVID-19; understanding infection prevention and control precautions; correct use of hospital policy and guidelines; restrictions associated with the use of electronic medical records; understanding of sepsis management and the importance of timely microbiological testing; ambivalence on antimicrobial stewardship roles; and high priority placed on consumer education.
Conclusion: Nurses' understanding of their role focused on practices such as performing hand hygiene, standard precautions, and reporting the use of high-risk antimicrobials. A lack of understanding of paediatric COVID-19 transmission and presentations was also reported. Education on best practice in infection prevention and AMS was recognized as crucial for both nurses and parents.
